Onomástica em Libras de Formosa-GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Chaibue, Karime
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RMG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12599
Resumo: O presente trabalho busca descrever e analisar aspectos estruturais e motivacionais dos sinais onomásticos em Libras, pertencentes à cidade de Formosa-GO. Nesse sentido, houve o levantamento, o registro e a análise de sinais de lugares (intitulados topônimos) e de pessoas (intitulados antropônimos). Os sinais onomásticos foram primeiramente categorizados com relação à formação morfológica, à forma e à motivação, conforme a proposta de Miranda (2020). Houve ainda uma investigação acerca da frequência dos pontos de articulação na constituição dos sinais. Para a categoria relacionada à formação morfológica, os sinais foram classificados em: simples ou compostos. Quanto à forma, foram divididos em: nativo, inicializado ou soletrado. Com respeito à motivação, foram apresentadas a motivação icônica, podendo ser constituída por aspecto material ou cultural; e a motivação da língua portuguesa, podendo ser relativa à grafia ou ao processo de calque. As categorias voltadas para a formação morfológica e a forma dos sinais são exclusivas, enquanto as motivações podem apresentar um caráter acumulativo. Os topônimos constituem um quantitativo de 32 sinais, e os antropônimos, 109 sinais, formando, assim, um corpus de 141 sinais onomásticos. Após a análise dos dados onomásticos em geral, foi traçado um detalhamento de seus desdobramentos motivacionais de acordo com sua especificidade: topônimos ou antropônimos. Os sinais antroponímicos foram analisados também sob a perspectiva taxonômica de Barros (2018). A metodologia da pesquisa é de caráter qualitativo, investigando minuciosamente as motivações linguísticas e extralinguísticas dos sinais. Os dados foram elicitados mediante a aplicação de entrevistas em Libras e de filmagem de sinais onomásticos com os participantes. A presente pesquisa possui um viés etnográfico, contemplando diversos períodos de imersão da pesquisadora na comunidade surda formosense. Os participantes da pesquisa foram 13 pessoas adultas, pertencentes à comunidade surda de Formosa, sendo 10 (dez) surdos e 03 (três) ouvintes. Percebe-se em nosso corpus a predominância de sinais simples e de motivações icônicas, sendo, no entanto, também produtivas as motivações com mais de uma subcategoria. Com relação à forma, os topônimos apresentaram maior recorrência de sinais inicializados, e os antropônimos, de sinais nativos. O ponto de articulação mais frequente entre os topônimos é o espaço neutro, e entre os antropônimos, o rosto. Foi possível constatar a necessidade de inclusão de novas subcategorias motivacionais, tanto para topônimos quanto para antropônimos, a fim de contemplar as especificidades dos dados coletados. A contribuição desta pesquisa é de aprofundar os estudos descritivos na Libras, ampliando uma discussão acerca da onomástica, valorizando os aspectos culturais locais da comunidade surda na análise linguística, trazendo mais visibilidade à comunidade surda formosense.