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Estudo epidemiológico e molecular da infecção pelo vírus da hepatite B em Afro-descendentes de comunidade isolada no Estado de Goiás (Kalungas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: MATOS, Márcia Alves Dias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Ciências da Saúde
BR
UFG
Doutorado em Medicina Tropical
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/1580
Resumo: infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) apresenta distribuição mundial. Na África, é altamente endêmica, sendo a maioria dos indivíduos infectada durante a infância. Embora o Brasil seja considerado um país de endemicidade intermediária, taxas variadas de prevalência têm sido encontradas nas cinco regiões geográficas e mesmo dentro de uma mesma região. Este estudo teve como objetivo investigar o perfil epidemiológico e molecular da infecção pelo HBV na população Kalunga em Goiás, Brasil Central, que é considerada a maior comunidade afro-descendente isolada no Brasil. Um total de 878 indivíduos foi entrevistado sobre características sócio-demográficas, fatores de risco e vacinação contra hepatite B. Amostras sanguíneas foram coletadas de todos os participantes e os soros triados para detecção dos marcadores HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs por ensaio imunoenzimático. As amostras HBsAg positivas foram submetidos à detecção dos marcadores HBeAg e anti-HBe. O DNA viral foi detectado nas amostras HBsAg e anti-HBc reagentes pela reação da polimerase em cadeia, sendo as amostras HBV DNA positivas genotipadas pela análise do polimorfismo de comprimento dos fragmentos de restrição (RFLP) e sequenciamento da região Pré-S/S. A prevalência global da infecção pelo HBV foi de 35,4% (IC 95% 32,3-38,7), sendo de 1,8% (IC 95% 1,1-3,0) para o HBsAg. A análise multivariada mostrou que aumento da idade, gênero masculino, analfabetismo e história de múltiplos parceiros sexuais foram fatores associados a esta infecção. Em 301 (34,3%) indivíduos, verificou-se positividade isolada ao marcador anti-HBs, sugerindo imunidade ao HBV. O HBV DNA foi detectado em 75% (12/16) das amostras HBsAg reagentes, em 100% (2/2) das HBeAg e 83,3% (10/12) das anti-HBe positivas. Um índice de 1,7% (5/295) para infecção oculta pelo HBV foi encontrado nos indivíduos anti-HBc reagentes. Todas as amostras genotipadas por RFLP foram do genótipo A. O sequenciamento da região Pré-S/S confirmou a circulação do genótipo A (subgenótipo Aa) nesta comunidade. Os achados epidemiológicos indicam que medidas preventivas, como programas de educação em saúde e de vacinação contra hepatite B, são necessárias para o controle da infecção pelo HBV nesta população. Além disso, os resultados moleculares sugerem que o genótipo A, subgenótipo Aa foi introduzido no Brasil durante o tráfico de escravos da África.