Auto-representação de estudantes com deficiência intelectual: a imagem de si na escola pública regular em Goiânia
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Ciências Sociais - FCS (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Sociologia (FCS) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3990 |
Resumo: | O século XX foi caracterizado pelo desencadeamento de debates sobre os direitos humanos e de cidadania. Do deslocamento das reivindicações do plano macroestrutural para as de cunho identitário há a emergência dos novos movimentos sociais e a mobilização em prol dos direitos das pessoas com deficiência de viverem em ambientes não segregados e discriminatórios. Dessas mobilizações surge o paradigma da educação inclusiva, tema e objeto de algumas convenções, de acordos internacionais, de “revisão” da legislação educacional brasileira, da ampliação de produções teóricas e da re/organização das classes escolares. Esse processo, intensificado na segunda metade dos anos de 1990, tem provocado mudanças significativas na vida e nas relações sociais de pessoas com deficiência, uma vez que questiona e forja o rompimento da divisão dicotômica entre educação especial e educação regular e possibilita uma convivência social mais ampla. Com o objetivo de perceber as autorepresentações que adolescentes com deficiência intelectual têm de si, formou-se um agrupamento de pesquisa com estudantes de ciclo III em escolas municipais em Goiânia. A escolha dos sujeitos da pesquisa é fruto da contradição existente entre a emergência do paradigma inclusivo e o processo de silenciamento das pessoas com deficiência intelectual, dada a dificuldade de sua organização institucional autônoma e do menosprezo a sua capacidade de formular opiniões e análises críticas. O agrupamento é formado por vinte pessoas, a maior parte do sexo masculino, estudantes de onze escolas localizadas em várias regiões da capital. Os instrumentos de coleta de dados foram entrevistas de profundidade, história de vida fundamentalmente e análise dos documentos escolares. O referencial teórico principal é formado, dentre outros, por Alonso, Berger e Luckmann, Bourdieu, Goffman, Habermas, Mantoan, Mazzotta, Moscovici, Silva, Taylor e Bogdan, também, por documentos oficiais sobre a educação escolar brasileira e documentos elaborados a partir de acordos e convenções internacionais sobre a escolarização e os direitos de pessoas com deficiência intelectual. A pesquisa bibliográfica evidenciou que as representações são construídas socialmente, expressas na esfera política de modo discursivo-semântico, vinculadas às experiências de convivência social e de sociabilidade dos sujeitos nas instituições sociais e ancoradas historicamente. A pesquisa empírica revelou que o grupo de pessoas com deficiência intelectual, no que tange as características físicas, comportamentais, de saúde e de desenvolvimento pessoal, é, em si, um grupo bastante heterogêneo. Apesar das diferenças pessoais, as auto-representações explicitam uma autoimagem positiva de si como estudante na escola pública regular em Goiânia; o desejo de manter o seu processo de escolarização em escolas e classes regulares; o empenho em apresentar uma boa imagem social de si, valendose de posturas de in/disciplina para dar visibilidade a uma imagem positiva em relação a seus pares; a importância de colegas, professoras/es, das conversas e de todas as formas de sociabilidade possibilitadas na escola para o bem-estar pessoal; o apreço pela escola e pelas amizades; a postura de não vitimização e a situação ambígua de estar em um processo onde conflitam as várias representações sobre a pessoa com deficiência intelectual, seus direitos, possibilidades e potencialidades. |