Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Capitanio, Cesar |
Orientador(a): |
Corazza, Gentil |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1950
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Resumo: |
O objetivo da pesquisa foi analisar a trajetória de Marcelino Chiarello, o qual foi professor e vereador, no município de Chapecó-SC, e liderança comunitária e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte). Em 28 novembro de 2011, Chiarello foi encontrado enforcado em sua residência. O fato causou comoção social, visto que foi tratado inicialmente como homicídio, pelo laudo do legista do Instituto Médico Legal (IML), e pelas investigações da Polícia Civil. Posteriormente, as investigações policiais foram conduzidas para a tese de suicídio, por meio de um primeiro laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP). Após o primeiro laudo, outros dois foram apresentados, sendo um atestando para suicídio, elaborado por equipe da Polícia Federal, e outro que apontou para a tese de homicídio, elaborado por equipe de Medicina Legal da USP. A formação política de Marcelino esteve alicerçada na relação com os movimentos sociais regionais, e teve na figura do Bispo Dom José Gomes e na Doutrina Social da Igreja Católica, uma forte influência. Os aspectos postos para o Caso Chiarello partem desta correlação entre ao processo de construção territorial do oeste catarinense, e de Chapecó em específico. Esse processo de construção territorial constitui-se de elementos políticos, culturais, econômicos e sociais que se acumulam, influenciam, e denotam embates por posição, por poder. Neste aspecto, o histórico político local é constituído por características do passado que se assentam no modelo mandonista/coronelista, com casos de violência política (como por exemplo, o linchamento de 1950). A morte de Marcelino pode caracterizar, dependendo do ângulo de observação ou da versão que se assume para o fato, semelhanças com a tradição política assentada neste modelo mandonista/coronelista, visto que Chiarello, durante seu mandato de vereador, denunciou ao Ministério Público alguns casos de corrupção contra agentes políticos locais. Nesta pesquisa, foram feitas 3 entrevistas pelo autor, além da análise de entrevistas concedidas aos meios de comunicação locais. Como fontes de pesquisa, a análise do acervo de Marcelino Chiarello no arquivo do CEOM, de materiais de acervo pessoal de Pedro Chiarello, uma quantidade significativa de matérias jornalísticas sobre o caso, além da análise do processo investigatório e dos laudos produzidos acerca da morte de Marcelino e a participação em eventos relacionados ao caso, como Seminários e o lançamento do Julgamento Popular do Caso Chiarello. Foi uma pesquisa qualitativa, cuja conceitual da narrativa passou por Walter Benjamin e a abordagem historiográfica utilizada foi a Micro-História, transitando pela História Social e História Política, fazendo uso do princípio metodológico de Carlo Ginzburg conhecido como paradigma indiciário. A significação de uma vida interrompida por uma morte trágica, pela repercussão posterior, pelas mobilizações intensas do Fórum em Defesa da Vida, por Justiça e Democracia e demais repercussões, apontam que a trajetória de Marcelino Chiarello constitui fato histórico, e sob o viés da Micro-história, a microanálise buscou trazer elementos de compreensão da História Regional, que contribuam para a historiografia. |