Campesinato e agroecologia: construção de uma pesquisa-ação com o uso de adubação verde no manejo de plantas espontâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Xavier, Leonardo Pereira
Orientador(a): Mayer, Paulo Henrique
Banca de defesa: Gomes, João Carlos Costa, Costa, Manoel Baltasar Baptista da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
Departamento: Campus Laranjeiras do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3148
Resumo: A construção da Agroecologia depende tanto de avanços na dimensão técnico produtiva quanto do estabelecimento de bases epistemológicas e metodológicas que propiciem a construção coletiva do conhecimento, unindo o saber científico dos pesquisadores e popular dos camponeses através de uma relação sujeito-sujeito. O manejo das plantas espontâneas através de tecnologias de base agroecológica é um gargalo presente entre grupos agroecológicos e o uso de adubos verdes em sistema de plantio direto oferece uma potencial contribuição. O objetivo deste trabalho foi avaliar de maneira participativa a eficiência do uso de diferentes espécies de adubação verde no manejo de plantas espontâneas e discutir o uso da pesquisa-ação na construção do conhecimento agroecológico. A metodologia utilizou o materialismo histórico dialético como fundamento teórico e a pesquisa-ação como base teóricometodológica, trabalhando com dois grupos camponeses ligados à Rede Ecovida de Agroecologia. O ciclo da pesquisa-ação foi constituído das seguintes etapas: a) Identificação e mobilização dos grupos; b) Colocação dos problemas; c) Seminário / planejamento da pesquisa; d) Intervenção / experimentos; e) Avaliação. A pesquisa experimental também foi utilizada, com a implantação de um experimento com cada grupo, sendo esta uma etapa contida no ciclo da pesquisa-ação. A Mucuna cinza (Mucuna pruriens), Mucuna anã (Mucuna deeringiana), Labe labe (Dolichos lablab), Feijão de porco (Cannavalia ensiformis) e Testemunha foram avaliadas em ambos experimentos, a Mamona (Ricinus communis) e Mucuna preta (Mucuna aterrima) foram avaliadas apenas no experimento 1 e o Milheto (Pennisetum americanum) apenas no experimento 2. As espécies de adubos verdes foram cultivadas e acamadas antes da floração com uso de equipamento rolo faca, já na testemunha o preparo do solo foi realizado através de gradagem, para avaliar a incidência de plantas espontâneas no cultivo subsequente. Os dados coletados foram matéria seca das plantas espontâneas, densidade e índices fitossociológicos, além da avaliação participativa. As mucunas preta e cinza apresentaram potencial de redução das plantas espontâneas a ponto de poder dispensar o uso de outros métodos de controle de espontâneas durante o ciclo de grãos como o milho e feijão, a mucuna anã e milheto também demonstraram significativa redução das plantas espontâneas. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa-ação se mostrou adequada à construção coletiva do conhecimento preconizada pelo paradigma agroecológico, proporcionando uma relação sujeito-sujeito entre pesquisador e camponeses na busca de soluções para os problemas concretos vivenciados por estes.