Políticas de acesso e ações afirmativas na educação superior: a experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nierotka, Rosileia Lucia
Orientador(a): Trevisol, Joviles Vitório
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/719
Resumo: A presente dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a democratização do acesso à educação superior, tomando como referência a experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), uma IES criada em 2009 e que se situa na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul. O objetivo desse estudo foi investigar as políticas de acesso e as ações afirmativas implementadas pela UFFS, com o propósito de compreender como tais políticas contribuem para o processo de democratização da educação superior pública brasileira. Tratase de uma pesquisa descritiva e documental, e que se utilizou de abordagens qualitativas e quantitativas. O trabalho inicia por uma contextualização teórica sobre as raízes históricas das desigualdades sociais no Brasil e o caráter elitista e privatizado na educação superior, e que se reproduz até os dias atuais. Em seguida, buscou-se caracterizar o papel do Estado e a evolução das políticas da educação superior, especialmente nas últimas décadas, para o enfrentamento das desigualdades educacionais e raciais, culminando com a aprovação da “Lei das Cotas”, em 2012. A UFFS foi escolhida para esse estudo por ter implantado políticas de acesso e ações afirmativas, que a tornam uma Instituição inovadora desde as suas origens. Seu processo de criação ocorreu de forma diferenciada, pois partiu da luta dos movimentos sociais, pela demanda histórica pelo acesso à educação superior pública na região. Os resultados demonstraram que a UFFS, desde a sua criação, priorizou a escola pública em suas políticas de acesso. Inicialmente, adotou a política de bonificação da escola pública, sendo em seguida, aprimorada com a implementação integral da Lei nº 12.711/12, e outras ações afirmativas específicas da instituição. A análise dos dados dos ingressantes nos cinco campi da UFFS, em 2012, identificou que 97,4% havia cursado todo ou a maior parte do ensino médio na escola pública. O perfil socioeconômico é formado majoritariamente por estudantes oriundos da região em que a UFFS está inserida, 63,5% do seu alunado é composto por mulheres, 85,5% são autodeclarados brancos e 71,5% na faixa etária de 18 a 24 anos. Residem, em sua maioria, na área urbana e se caracterizam por estudantes trabalhadores e com uma renda média familiar de até 3 salários mínimos. Além disso, seus pais possuem baixa escolaridade, o que confirma que os estudantes da UFFS, em sua maioria, são a primeira geração da família a frequentar educação superior. Os dados sobre a situação de matrícula apresentam desafios, pois demonstraram que, num período de dois anos após o seu ingresso, 33,9% dos estudantes não permanecem na Instituição. A pesquisa demonstra que as políticas de acesso cumprem um papel primordial, mas elas se fragilizam após o ingresso, na medida em que os universitários passam a deixar de frequentar o curso superior. Nesse sentido, as políticas de acesso precisam ser concebidas e apoiadas por políticas de permanência.