O uso de canais de distribuição curtos nas relações comerciais de agricultores familiares de Santa Rosa / RS - a feira livre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Thomé, Carlos
Orientador(a): Dalcin, Dionéia
Banca de defesa: Schneider, Evandro Pedro, Moraes, Cléia dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Políticas Públicas
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1669
Resumo: A inserção no mercado de produtos alimentares é um desafio para pequenos agricultores familiares na comercialização de suas mercadorias, e compreender a utilização dos canais de distribuição curtos - feira livre - acessados por produtores de Santa Rosa/RS foi o objetivo geral desta dissertação. Para o desenvolvimento da pesquisa foi dado um enfoque qualitativo de alcance exploratório, sendo que inicialmente aplicou-se um questionário estruturado para 38 feirantes e, posteriormente, utilizou-se o método de grupo focal com 18 desses participantes para aprofundar o estudo. A análise dos dados se deu pela utilização da estatística descritiva aos dados quantizáveis e pela análise de conteúdo de Bardin às informações qualitativas. A partir da exploração das informações, pode-se constatar que o grupo de feirantes é formado por pequenos agricultores (minifundiários), que estão na meia idade, possuem baixa escolaridade e utilizam a pluriatividade como uma estratégia para melhorar a renda familiar. A produção nas propriedades envolve legumes, verduras, raízes, cereais, oleaginosas e animais, produzidos para a subsistência familiar e/ou comercialização. Entre os canais de distribuição acessados, os curtos se constituem como alternativa mais atrativa para este público, sendo a feira livre a mais utilizada em função de nela encontrarem mais vantagens econômicas (melhor e maior preço para seus produtos e recebimento à vista, por exemplo), promover a inclusão social e poderem trabalhar com mais liberdade, além de contar com a presença de elementos tradicionais/culturais. Além disso, ela representa o mecanismo de venda mais rentável e a única fonte de renda para uma parcela significativa de feirantes. Ademais, com a venda na feira livre os produtores podem trabalhar com mais liberdade de acordo com seus valores, condições e crenças próprias em busca de autonomia e autossuficiência. Destarte, foram identificados mais elementos positivos do que negativos na comercialização neste espaço, estando entre os positivos mais apontados a proximidade com os consumidores, o recebimento à vista, baixos custos com publicidade e a venda na medida em que a produção acontece, e entre os negativos a incerteza nas vendas e as restrições impostas pela legislação sanitária. A sobreposição de substantivos positivos aos negativos reflete favoravelmente aos feirantes, principalmente pelas implicações econômicas positivas que lhes traz bem-estar. Neste sentido, a feira livre pode ser considerada um instrumento de promoção do desenvolvimento, embora haja fragilidades no processo que limita os produtores, como as restrições impostas na legislação sanitária e que lhes gera insegurança. Assim, faz-se necessário a criação de políticas públicas mais robustas para fortalecer este grupo de agricultores em suas buscas por maior autonomia e autossuficiência.