Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Poll, Talita Veridiana Hack |
Orientador(a): |
Cambrussi, Morgana Fabiola |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
|
Departamento: |
Campus Chapecó
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3243
|
Resumo: |
Esta pesquisa investiga o comportamento sintático-semântico dos verbos de movimento com trajetória que não especificam direção do Português Brasileiro (PB). Os pressupostos teóricos que sustentam esse trabalho estão vinculados aos estudos lexicais, especialmente, à semântica lexical, e também à semântica cognitiva. Nosso objetivo é realizar uma descrição do comportamento gramatical dos verbos de movimento com trajetória sem direção lexicalmente marcada. Para isso, realizamos a delimitação da classe verbal dos verbos de movimento com trajetória do PB, a partir da identificação da raiz de movimento e de trajetória lexicalizada pela classe verbal. A análise das propriedades semânticas lexicalizadas pelos verbos de trajetória que não especificam direção do PB possibilitou observarmos que o significado dos verbos de movimento com trajetória que não lexicalizam direção (verbos do tipo de atravessar) não inclui uma especificação da direção do movimento, mas mapeia um movimento direcionado ao longo de uma trajetória. Também, ao aplicarmos o teste de adjunção que desenvolvemos, evidenciamos que os verbos que lexicalizam movimento por uma trajetória com direção inespecificada (verbos do tipo de atravessar) apresentam uma estrutura semântica diferente da dos verbos que lexicalizam movimento por uma trajetória com direção especificada (verbos do tipo de subir), no que se refere à determinação da direção. Além disso, analisamos o significado dos verbos de movimento com trajetória que não lexicalizam direção, utilizando a metalinguagem de decomposição do significado lexical em predicados primitivos, baseando-nos na proposta de Rappaport-Hovav e Levin (2010). A partir das análises realizadas, este trabalho desenvolveu um novo teste de verificação para os verbos de movimento com trajetória, propondo a estrutura de representação lexical [x BECOME AT <RESULT-PLACE>] como uma forma mais adequada para a representação desses verbos, pois essa estrutura especifica a informação de lugar resultante expressa pelos verbos de trajetória. O estudo realizado nos permitiu evidenciar que os verbos com movimento e trajetória do PB lexicalizam a direção de diferentes formas, e que os verbos do tipo de atravessar podem ser descritos pelas mesmas regras de representação lexical que os verbos do tipo de subir, pois a informação capturada pela estrutura de representação é a de deslocamento por uma trajetória. Os resultados encontrados indicam que os verbos de movimento com trajetória são heterogêneos quanto à lexicalização de direção, mas, ainda assim, apresentam o sentido comum de lugar resultante, efeito do deslocamento no espaço físico. Desse modo, concluímos que o elemento semântico de direção não é uma propriedade gramaticalmente relevante, portanto, não impactaria na representação lexical dos verbos de movimento com trajetória que não especificam direção. |