Relativas livres e interrogativas encaixadas no português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Baú, Elisabete
Orientador(a): Marchesan, Ani Carla
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/761
Resumo: Este trabalho se dedica ao estudo das sentenças encaixadas do português brasileiro (PB): relativas livres e interrogativas indiretas, sob o escopo de estudos gerativistas como os de Ross (1967), Chomsky (1977), Bresnan e Grimshaw (1978), entre outros. A motivação para essa pesquisa é, além de interesse pessoal, a constatação de que essas sentenças podem apresentar uma linearidade igual, como em João comeu [RL o que Maria cozinhou] e João perguntou [IE o que Maria cozinhou]. Ademais, conforme destacado em Caponigro (2003), Móia (1992) e Prestes (2012), não há consenso sobre o estatuto de sentenças encaixadas introduzidas pelos verbos ver, ignorar, esquecer-se, lembrar-se, saber, revelar, descobrir, perceber, notar e ouvir. Segundo os autores citados, esses verbos são ambíguos, pois selecionam tanto relativas livres quanto interrogativas indiretas, como na encaixada contida em João sabe/viu/revelou [RL/IE o que Maria cozinhou, o que se constitui como um problema para a teoria gerativa. Assim, por meio deste estudo objetivamos: a) estabelecer as propriedades das relativas livres e das interrogativas indiretas; b) comparar sintaticamente e semanticamente os dois tipos de encaixadas, além de aplicar testes disponíveis na literatura para identificar relativas livres e/ou interrogativas indiretas; c) observar o comportamento das sentenças encaixadas selecionada pelos verbos considerados ambíguos (citados acima) ao aplicá-los nos mesmos testes que identificam o tipo da encaixada; d) identificar uma possível solução para o problema na diferenciação das relativas livres e das interrogativas indiretas. Com esse estudo, constatamos, entre outros aspectos, que os verbos considerados ambíguos passam na grande maioria dos testes (que identificam relativas livres e que identificam interrogativas indiretas). Assim, como solução provisória, não livre de problemas, seguiremos os estudos de Suñer (1991, 1993), Matos e Brito (2013) e Nye (2013) e afirmaremos que essas encaixadas são, na realidade, sentenças resolutivas (nos termos de NYE, 2013) ou sentenças interrogativas indiretas impróprias (nos termos de MATOS; BRITO, 2013). Essas sentenças não apresentam traço [+interrogativo] (como uma interrogativa verdadeira); têm natureza declarativa e são selecionadas pelos verbos “ambíguos” aqui analisados.