Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bourscheidt, Estela Maris |
Orientador(a): |
Santos, Mardiore Tanara Pinheiro dos |
Banca de defesa: |
Witter, Sidia,
Meirelles, Rafael Narciso |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
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Departamento: |
Campus Cerro Largo
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2994
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Resumo: |
A polinização é um serviço ecossistêmico fundamental para a manutenção da biodiversidade em ambientes naturais e da produtividade em agroecossistemas. Entretanto, ações resultantes de práticas agrícolas, como desmatamento para uso da terra e utilização de agrotóxico, têm provocado efeitos negativos nas populações de polinizadores. O estudo objetivou verificar a percepção de agricultores familiares sobre problemas ambientais, seu conhecimento sobre polinizadores e sobre a importância do serviço de polinização. A amostra foi composta por 72 agricultores familiares, 42 convencionais e 30 orgânicos, cujas propriedades localizam-se nas regiões dos COREDEs Fronteira Noroeste e Missões, RS, Brasil. Os dados foram coletados através de um questionário semiestruturado, aplicado entre setembro e novembro de 2017. Os resultados foram organizados em tabelas de frequências absolutas e relativas e utilizou-se o teste qui-quadrado de aderência para verificar a diferença de frequência entre categorias dentre cada grupo de agricultores e estes conjuntamente. A maioria dos agricultores citou “agrotóxico” (p<0,001; 90,3%; n=65) como principal problema ambiental, percebeu “diminuição” (p=0,011; 50,0%; n=36) das áreas de vegetação natural e observou “aumento” (p=0,023; 45,8%; n=33) das áreas de cultivo. “Abelhas” foram mencionadas como polinizadores por todos os agricultores (p<0,001; 100,0%; n=72) e “flores”, citadas como principal fonte de alimento para vetores de pólen (p<0,001; 97,2%; n=70). Os polinizadores foram considerados importantes pela totalidade dos agricultores, que atribuíram a importância principalmente à “reprodução” (p<0,001; 58,3%; n=42) das plantas. Os agricultores consideraram polinizadores importantes para 40 (37,0%) culturas que produzem. O fornecimento de “forragem” foi o principal motivo (p<0,001; 65,3%; n=47) para que a maioria dos agricultores considerassem plantas espontâneas importantes (p<0,001; 75,0%; n=54) para polinizadores. Percepção de “diminuição” (p<0,001; 84,7%; n=61) das populações de abelhas foi relatada pela maioria dos agricultores, sendo o uso de “agrotóxico” (p<0,001; 82,0%; n=59) citado como principal causa. O “uso racional de agrotóxico” (p=0,001; 28,6%; n=12) e o “uso de agrotóxico” (62,0%; n=26) foram citados pelos agricultores convencionais como principais práticas positivas e negativas, respectivamente. A maioria (80,0%; n=24) dos orgânicos disseram não saber se adotam práticas negativas para polinizadores, mas citaram “não uso de agrotóxico” como principal prática positiva (p<0,001; 53,3%; n=16). Os sujeitos da pesquisa reconheceram a importância dos polinizadores para a reprodução das plantas, mas possuíam conhecimento limitado sobre a importância do serviço de polinização para maioria das culturas (55,7%) que cultivavam. Além disso, os agricultores sabem sobre o efeito negativo dos agrotóxicos sobre as abelhas, mas desconhecem a influência de outros importantes fatores, como a destruição dos hábitats. Poucas práticas positivas são adotadas pelos agricultores, e destaca-se que mais de 1/3 dos convencionais não sabem se adotam práticas negativas. Com estes resultados pode-se concluir que é necessário promover a conscientização da importância dos polinizadores, que resulte em ações para sua conservação e para a manutenção dos serviços essenciais de polinização. |