Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Amorin, Desieli Gomes de |
Orientador(a): |
Cazarolli, Luisa Helena |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
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Departamento: |
Campus Laranjeiras do Sul
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1967
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Resumo: |
Considerando o cultivo comercial de peixes, diferentes espécies vêm sendo produzidas de forma cada vez mais intensiva, ou seja, com altas densidades de estocagem/m³ de água. Este tipo de cultivo promove condições extremamente estressantes aos animais que podem causar distúrbios em seu estado fisiológico levando à redução do ganho de peso e crescimento, desempenho na reprodução e baixa resistência a patógenos, ficando susceptíveis ao ataque de parasitas, bactérias, vírus e/ou fungos. Diante disso, existe um crescente interesse na busca de soluções alternativas direcionadas à prevenção e/ou à diminuição do risco de transmissão de doenças infecciosas e parasitárias nas populações de peixes saudáveis. São várias as fontes fitoterápicas existentes e que merecem ser estudadas devido aos seus efeitos benéficos já conhecidos e uma delas é o extrato de alho (Allium sativum). Embora haja evidências dos benefícios do uso do extrato de alho na aquicultura, existem poucos estudos sobre os efeitos deste extrato em espécies nativas, como por exemplo o R. quelen. Existem no Brasil inúmeras espécies de parasitas que causam danos aos peixes, no entanto os protozoários representam um dos grupos de microrganismos que mais causam prejuízos à piscicultura. Neste contexto, um dos fatores limitantes no cultivo do gênero Rhamdia é a presença do protozoário ciliado Ichthyophthirius multifiliis, principalmente na fase de alevinagem, o qual ocasiona a doença conhecida como ictioftiríase, também conhecida como doença dos pontos brancos ou ictio. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação da ração com extrato de alho (Allium sativum) sobre a fisiologia, o sistema hematológico, imune e metabólico de Jundiás (Rhamdia quelen) e na resistência de animais submetidos ao desafio com o parasita Ichthyophthirius multifiliis em condições controladas em laboratório. Foram utilizados 80 alevinos de R. quelen, distribuídos em oito aquários com 10 peixes cada, os mesmos foram alimentados duas vezes ao dia com dietas contendo 0%, 0,5%, 2,5% e 5% de extrato seco de alho. Após 77 dias de alimentação suplementada com extrato de alho, metade dos animais (n = 10) de cada grupo de tratamento e controle foram submetidos ao desafio com o parasita Ichthyophthirius multifiliis, mantendo a ração suplementada. A outra metade dos animais (n = 10) dos grupos de tratamento e controle foi mantida no sistema de circulação original recebendo a suplementação dietética. O uso do extrato de alho na ração não promoveu alterações significativas na glicemia, conteúdo de glicogênio hepático, atividades das aminotransferases teciduais e plasmáticas e nos níveis de peroxidação lipídica tecidual. Por outro lado, estimulou a síntese de glicogênio muscular e promoveu redução da atividade da catalase hepática. Em termos de avaliação hematólogica e imune, o uso do extrato de alho aumentou o número de hemácias, mas reduziu o conteúdo de hemoglobina. Ainda, não foi capaz de alterar o número total de leucócitos e trombócitos, mas promoveu aumento do número de basófilos e reduziu a contagem de monócitos dos animais. Além disso, não promoveu alterações nos conteúdos de lisozima e nitrito/nitrato plasmáticos. Pode-se concluir que a suplementação da dieta com extrato de alho na ração não influencia na homeostasia metabólica basal dos animais. Ainda, o extrato de alho não atuou como promotor de crescimento para os juvenis de jundiá e não promoveu alterações na capacidade de resposta imune ou hemtalógica basal dos peixes, não melhorando a resistência frente à infestação com o parasita I. multifiliis. Ainda existem poucos estudos em relação ao uso do alho na ração, em especial com o R. quelen, ressaltando a necessidade de mais pesquisas envolvendo doses, tempos de tratamento e diferentes fases de desenvolvimento para caracterizar adequadamente os efeitos do alho no metabolismo, no sistema imune do jundiá e na sua capacidade de resposta frente à agentes patogênicos diversos como parasitas e bactérias. |