Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Geron, Karina Malvezzi |
Orientador(a): |
Finger-Kratochvil, Claudia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/757
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Resumo: |
As dificuldades que nossos estudantes têm para ler e compreender um texto, considerando os processos cognitivos, dos mais periféricos aos mais altos, bem como as dificuldades que os professores enfrentam para envolver seus alunos em atividades que têm por base a leitura, são questões que vêm sendo abordadas há mais de três décadas no Brasil, sem, em princípio, apresentar superação. Os dados dos indicadores nacionais e internacionais são reveladores de que os problemas parecem persistir. O Brasil obteve baixos resultados, por exemplo, na prova PISA de leitura, desde 2000, e, em 2012, o índice foi pior do que em 2009. Esses indicadores apontam lacunas no processo de formação do leitor, isto é, se os estudantes brasileiros apresentam dificuldades na compreensão leitora, logo precisamos acompanhar a formação, tanto inicial quanto continuada, dos professores, a fim de verificar se eles têm sido preparados para a tarefa de formar leitores proficientes. O presente estudo constituiu-se a partir de Grupos Focais realizados com professores do ensino fundamental e médio em seis escolas públicas de Chapecó. Os Grupos foram realizados no projeto de formação continuada dos professores das escolas da rede pública de Santa Catarina, Ler & Educar. O projeto fez parte do Observatório da Educação (OBEDUC) e esteve distribuído em três núcleos: Chapecó, Florianópolis e Criciúma. Esta pesquisa tem como objetivo diagnosticar, por meio das respostas e interações entre professores, utilizando as transcrições e vídeos dos Grupos Focais, qual é a concepção de leitura que permeia o trabalho dos professores e como eles compreendem a prática do ensino da leitura em sala de aula. As perguntas-chave para o desenvolvimento da análise são: O que você entende por leitura? Quais ferramentas/habilidades são necessárias para que a leitura aconteça? Você ensina o seu aluno a ler? Como você ensina? O referencial teórico deste trabalho está pautado nas concepções de leitura da Psicolinguística e como esta ciência compreende o ensino e o trabalho com a leitura nas escolas para a formação de bons leitores. Partimos da hipótese de que um dos agravantes relacionados à má formação de nossos leitores está centrado na relação entre a concepção de leitura que os professores possuem e, como essa concepção tem se refletido no ensino da leitura em sala de aula. Os dados, por ora analisados, apontam para professores com uma formação sem a observância da relevância e dos estudos das ciências do campo da linguagem e da cognição, como a Psicolinguística, para o processo de formação do leitor. Os professores, de um modo geral, revelam uma concepção de leitura pautada no senso comum, voltada para o viés do texto literário. Com relação ao ensino da leitura, os professores afirmam que a leitura deve ser ensinada apenas nas séries iniciais, e que nas séries posteriores cabe ao professor apenas motivar seus alunos. Os educadores acreditam que o ato de ler está inteiramente ligado à decodificação e nada mais além deste processo, por isso, afirmam que basta o aluno estar alfabetizado para, automaticamente, saber ler. Esses resultados parecem apontar para uma formação de professores que não tem levado em consideração as atuais teorias da Psicolinguística para o desenvolvimento da leitura em sala de aula. Deste modo, encontramos escolas que não se apropriam das descobertas da ciência da leitura para a formação de leitores em seus diversos níveis. |