Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Kaminski, Marcos Massiero |
Orientador(a): |
Butturi Junior, Atilio |
Banca de defesa: |
Butturi Junior, Atilio,
Leite, Thiago Soares,
Leme, José Luís Câmara,
Souza, Fábio Francisco Feltrin de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
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Departamento: |
Campus Erechim
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2403
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Resumo: |
Esta dissertação investiga os discursos de criminalização do “tráfico de drogas” no Brasil de 1964 a 2007 e a produção do “sujeito-traficante”. O seu objetivo geral é a análise dos discursos sobre o “sujeito-traficante” materializados no jornal O Estado de S. Paulo. Para isso, o referencial teórico utilizado foi a arqueogenealogia de Michel Foucault, sendo abordada a rede de dispositivos e o arquivo do discurso jurídico-legal brasileiro que construíram a criminalização do tráfico de drogas no Brasil e a emergência do “sujeito-traficante” na incorporação brasileira da “guerra às drogas”, bem como descrito o processo de “demonização” que produziu o “sujeito-traficante” nas capas do Estado de S. Paulo. O corpus de análise é o dispositivo midiático, especificamente os discursos sobre o traficante materializados nas capas do jornal O Estado de S. Paulo veiculadas num período que vai de 1964 até 2007. A hipótese da pesquisa é que, não obstante alguns deslocamentos, os discursos sobre o “sujeito-traficante” são engendrados pela estigmatização profunda e carregam as marcas do saber-poder (jurídico, médico, prisional, pedagógico, midiático), produzindo a “delinquência” por uma série de enunciados de criminalidade e de anormalidade, da ordem do governo biopolítico e da disciplina. Ainda foi possível identificar a estratégia do discurso do Estadão, a partir do final do século XX e início do século XXI, em reduplicar acontecimentos de uma guerra entre polícia e traficante nas periferias urbanas do Brasil, na qual o traficante é abordado como o “inimigo a ser combatido” e não como comerciante de “substâncias ilícitas”, o que aponta para um “racismo de estado”, que vem legitimando medidas de governamentalidade cada vez mais repressivas contra a população mais pobre e mais negra no Brasil (letalidade policial, violação de direitos fundamentais e aumento de penas criminais). |