Potencial de atenuação natural de diesel (B8) e biodiesel (B100) em latossolo vermelho sem histórico de contaminação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Badzinski, Caroline
Orientador(a): Daroit, Daniel Joner
Banca de defesa: Kaiser, Douglas Rodrigo, Colla, Luciane Maria
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2124
Resumo: O óleo diesel, composto basicamente por hidrocarbonetos, é atualmente o derivado de petróleo mais consumido no Brasil. Biodiesel é acrescido ao diesel comercializado em território nacional, seguindo a legislação vigente. O biodiesel surgiu como um combustível alternativo, de fontes renováveis, composto por ésteres alquílicos de ácidos graxos, menos poluentes e mais biodegradáveis. Os microrganismos do solo atuam em processos importantes como na degradação e mineralização de uma grande diversidade de compostos orgânicos. A contaminação do solo por combustíveis, que pode ocorrer de diversas formas durante a cadeia produtiva, inibindo parte da microbiota pela toxicidade de seus componentes, mas também incrementar populações autóctones capazes de degradar tais compostos. O objetivo deste trabalho foi avaliar, durante 90 dias, a biodegradação de diesel (B8) e biodiesel (B100), aplicados em duas concentrações (5 e 10%, m m-1), em microcosmos constituídos de latossolo vermelho sem histórico de contaminação por combustíveis. Os solos contaminados apresentaram respiração superior à do solo não contaminado. Os solos contaminados com diesel apresentaram respiração até 5,2 vezes maior do que o solo controle e apresentaram maiores atividades de hidrólise do diacetato de fluoresceína e da desidrogenase do que os solos contaminados com biodiesel, porém inferiores ao solo controle quando relacionado aas atividades enzimáticas. Solos contaminados com diesel apresentaram maior número de microrganismos do que os solos com biodiesel e solo controle. O carbono da biomassa microbiana apresentou comportamento similar às atividades enzimáticas, sendo que, ao final dos 90 dias, foi maior no solo controle, seguido pelo solo com diesel e inferior no solo com biodiesel. O quociente metabólico indicou maior estresse da microbiota nos solos contaminados com biodiesel em relação aos solos com diesel e solo controle. A fitotoxicidade dos solos contaminados com diesel, verificada através da germinação de sementes, foi aparentemente reduzida em mais de 80% após 90 dias de incubação do solo em relação à toxicidade inicial. A contaminação com biodiesel resultou na fitotoxicidade mais elevada no decorrer da incubação. Ao final da incubação, houve redução de 70% (diesel 5%) e 50% (diesel 10%) na massa dos combustíveis extraído do solo; nos tratamentos com biodiesel, as reduções de massa foram de 61% (biodiesel 5%) e 48% (biodiesel 10%). Ao final do período de incubação dos microcosmos também foram observadas, através de cromatografia gasosa, reduções nos picos de retenção, bem como nas áreas de componentes dos combustíveis, sugerindo a biodegradação. Após os 90 dias de incubação dos solos contaminados foram isoladas 34 bactérias (24 dos microcosmos com diesel e 10 dos com biodiesel), das quais 30 apresentaram capacidade de degradar combustíveis (diesel ou biodiesel). Dentre estas, 18 produziram biossurfactantes, sendo que para 10 isolados a produção foi majoritariamente extracelular e para seis isolados os biossurfactantes permaneceram associados às células. Além da produção de biossurfactantes, alguns dos isolados, principalmente aqueles isolados de solo com diesel, apresentaram valores de hidrofobicidade celular acima de 40%. Em suma, foi verificado que o solo utilizado, mesmo sem histórico de contaminação, apresentou microbiota autóctone com capacidade de degradar combustíveis em condições de atenuação natural.