Construindo uma proposta de referencial teórico metodológico para o ensino do cuidado/processo de enfermagem em um curso de graduação em enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bitencourt, Julia Valeria de Oliveira Vargas
Orientador(a): Martini, Jussara Gue
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2551
Resumo: O Processo de Enfermagem (PE) consiste na metodologia científica da enfermagem, logo, o estudante deve aproximar-se da prática, conhecendo referenciais teóricos que o subsidiam. Com as novas concepções da Saúde Coletiva, cabe à Enfermagem refletir sobre referenciais congruentes. Este estudo busca construir, com enfermeiros professores de um Curso de Enfermagem, uma proposta de referencial teórico metodológico para o ensino do PE, embasado na Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC). Pesquisa Convergente Assistencial, com 17 participantes da Universidade Federal da Fronteira Sul. Ocorreram cinco encontros: “grupos de convergência” (maio/junho – 2016), após aprovação CEP: 1.347.983 (CAAE 50701815.2.0000.5564). Resultaram três manuscritos. O primeiro descreveu as motivações que mobilizam os professores para a construção de uma proposta de referencial para ensinar o PE, a partir do qual surgiram debates sobre práticas profissionais dos enfermeiros, segundo a percepção dos professores; insatisfação com o modelo de saúde e de ensino vigentes. O segundo manuscrito descreveu a compreensão da proposta de referencial para o ensino do PE, assim, concepções filosóficas inerentes à historicidade à dialética foram discutidas. Operacionalmente, categorias conceituais, dimensionais e etapas do método apareceram, especialmente o entendimento do processo de captura do fenômeno de saúde, identificado na prestação do cuidado. Ainda, a interface entre conceitos do Sistema Único de Saúde (SUS) como redes de atenção e necessidades de saúde foi elaborada. O terceiro manuscrito abordou a construção da proposta do referencial. Destacou-se, também, a iniciativa do uso dos princípios e diretrizes que definem o SUS como norteador do cuidado, uma vez que essas diretrizes apoiam-se nas mesmas bases da teoria escolhida. Destaca-se que a excelente vinculação entre o ensino e a prática profissional foi tomada como meta pelos participantes e, finalizando, a definição de uma agenda de trabalho, legitimando a continuidade do processo de construção do referencial teórico do curso. Conclui-se, quanto às práticas atuais em saúde, a inconformidade dos participantes com o que vigora, contudo, é perceptível que esses possuem dificuldades em compreender as raízes filosóficas imbricadas, provavelmente, em razão da carência de exercícios intelectuais de ordem filosófica, os quais, costumeiramente, não coexistem aos processos de formação acadêmica. Os enfermeiros professores não consideram eficaz vivenciar práticas em saúde regidas por um paradigma que não responde às necessidades de saúde e confiam que o referencial da TIPESC, como modelo para o PE, pode ser ajustado aos seus anseios. No aprofundamento teórico, os participantes dialogaram a fim de compreender os conceitos de historicidade e dialética, visando apreender o que vem a ser cuidado histórico/cuidado dialético. Ademais, convictos na aderência epistemológica da TIPESC/SUS, perceberam na Política de Humanização um espaço plausível para debates acerca das concepções e conceitos para o cuidado dialético e histórico. Assim, o modelo de educação sociovalorativa, o qual tem como propósito a resolutividade para novas tendências do ensino em saúde, estimula o protagonismo, empowerment e a formação crítica/reflexiva. As discussões permitiram pensar sobre as práticas, conhecer um referencial contemporâneo, alinhado ao SUS, e que remete ao ensejo de práticas integrais, isto é, que valorizam as contradições intrínsecas ao estado de saúde dos indivíduos em seu contexto histórico na direção das boas práticas e qualidade de vida.