Toxicidade de três inseticidas em um vertebrado não alvo, usando como modelo Physalaemus gracilis (Anura: Leptodactylidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rutkoski, Camila Fatima
Orientador(a): Hartmann, Marilia Teresinha
Banca de defesa: Moraes, Bibiana Silveira, Perin, Rosilene Rodrigues Kaizer
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3006
Resumo: A utilização de agrotóxicos na agricultura vem sendo uma crescente preocupação em países em desenvolvimento devido à poluição não pontual de diferentes compartimentos como o ambiente aquático. Physalaemus gracilis (Anura: Leptodactylidae), popularmente conhecida como rã chorona, é uma espécie de anfíbio amplamente distribuída no sul do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina e encontrada em fontes de água próximas a agroecossistemas. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a toxicidade aguda (letal) e crônica (subletal) de uma formulação comercial a base de clorpirifós e, a toxicidade subletal de uma formulação a base de cipermetrina e outra de fipronil, em larvas de Physalaemus gracilis. Para obtenção das larvas foram coletadas desovas totais na natureza com menos de 24 horas de oviposição. Os ensaios de toxicidade iniciaram quando as larvas atingiram o estágio 25 de Gosner (1960). Para a determinação da toxicidade aguda foi realizado o ensaio por 96 horas e para toxicidade crônica, 168 horas. Os efeitos subletais observados foram alterações na atividade natatória, na morfologia oral e em biomarcadores bioquímicos para clorpirifós. Para cipermetrina e fipronil foram determinados somente biomarcadores bioquímicos. Os biomarcadores determinados foram: AChE, BChE, SOD, CAT, GST, NPSH, proteína carbonil e TBARS. A CL50 de clorpirifós para larvas de P. gracilis foi de 893,59 μg.L-1. Para clorpirifós, as larvas apresentaram mobilidade reduzida e espasmos bem como anomalias morfológicas na boca e no intestino. Houve redução na atividade da AChE e aumento na atividade da CAT, SOD, GST e, nos níveis de NPSH e de proteína carbonil. Para cipermetrina houve efeito hormético para a atividade da AChE. Ocorreu inibição de BChE e CAT e ativação da SOD e GST. Já para fipronil, houve inibição da AChE, BChE e SOD e, aumento da CAT e GST. Os níveis de proteínas carboniladas aumentaram para cipermetrina e fipronil. Nesse estudo P. gracilis foi sensível a concentrações ambientalmente relevantes ou que podem ser encontradas em seu habitat natural. Os três inseticidas demonstraram potencial de efeito neurotóxico e de indução de dano oxidativo para a espécie. Os efeitos verificados nos biomarcadores bioquímicos de P. gracilis indicam que é possível utilizá-los para fins de monitoramento da toxicidade de agrotóxicos em anfíbios e para evitar que efeitos irreversíveis ocorram na sua população e no ecossistema.