Representações de língua(s) no espaço entre-línguas-culturas: marcas discursivas em produções textuais de indígenas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Aguiar, Gabriele de
Orientador(a): Stübe, Angela Derlise
Banca de defesa: Laiño, Maria José, Coracini, Maria José Rodrigues Faria, Thimoteo, Saulo Gomes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3859
Resumo: Esta pesquisa analisa representações de língua(s) que emergem em redações escritas para o processo seletivo especial indígena da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), nomeado como Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas (PIN), que nos permitam compreender como a relação entre-línguas-culturas produz efeitos na constituição identitária desses sujeitos. A construção metodológica ocorreu da seguinte maneira: após a digitalização das redações dos processos seletivos de 2015 a 2018 (139, em 2015; 200 em 2016; 298, em 2017; 200, em 2018) fizemos a leitura de todo o material de arquivo, identificamos as regularidades discursivas que emergiram e, assim, traçamos os objetivos da pesquisa, bem como elaboramos todo o texto a partir das regularidades. Diante desse contexto, formulamos a hipótese de que, ao ingressar no ensino superior, o sujeito indígena evidencia o conflito e a tensão de estar entre-línguas-culturas, entre a língua indígena e a língua portuguesa, provocando efeitos na sua constituição identitária. Em termos epistemológicos, elencamos teorias e noções que compreendam a língua suscetível a falhas e equívocos, que se materializa pelo discurso. Sendo assim, desenvolvemos a pesquisa na perspectiva discursiva que dialoga com a história, a psicanálise e a desconstrução, ou seja, um aporte teórico que contemple a heterogeneidade do sujeito e da língua. Valendo-nos desses preceitos teóricos-analíticos, delimitamos o estudo em um movimento pendular (PETRI, 2013), entre a teoria e a análise, considerando a teoria a partir da demanda do corpus. Após a leitura, identificamos algumas regularidades nas redações no que se trata de representações de língua(s): a) evidenciam uma relação entre-línguas-culturas conflituosa; b) gesto de designar a língua dando distintos nomes (língua materna, língua mãe, língua nativa, fala original, língua tradicional, etc.); c) a utilização de pronomes possessivos (minha, sua, nossa) no intuito de apontar possíveis posições que a língua ocupa no/para o sujeito (remetendo a uma possível posse); d) o discurso da perda da língua-cultura indígena pelo contato com o não indígena; e) o discurso da manutenção e preservação da língua-cultura indígena e f) os sujeitos participantes trazem à tona o que poderia definir o que é ser indígena.