Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Schreiner, Camila Traesel |
Orientador(a): |
Betemps, Débora Leitzke
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
|
Departamento: |
Campus Laranjeiras do Sul
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/608
|
Resumo: |
A biodiversidade brasileira é uma das mais expressivas da biosfera terrestre e possui importante papel ao prover diversos produtos e serviços ambientais. Dentre esses produtos, merecem destaque as frutas nativas, que têm sido historicamente negligenciadas. A floresta ombrófila mista no estado do Paraná (PR) possui uma importante diversidade de frutas nativas, as quais apresentam ótimo potencial socioeconômico e cultural, ainda pouco conhecido e explorado. O reconhecimento e a valorização do conhecimento popular acerca das frutas nativas é uma estratégia essencial para a conservação e valorização dessas espécies. Nesse sentido, o estudo aqui apresentado teve como objetivo analisar o conhecimento acumulado e a percepção de famílias agricultoras do núcleo “Luta Camponesa” da Rede Ecovida de Agroecologia acerca das frutíferas nativas da região Cantuquiriguaçu, PR. Identificou-se as frutas nativas conhecidas, quais estão presentes nos lotes, os usos e comercialização das frutas nativas, bem como as formas de manejo e propagação realizadas com essas espécies. A pesquisa foi realizada com 17 famílias agricultoras dos municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Palmital e Santa Maria do Oeste. Foi confeccionado um catálogo de imagens com 57 espécies de frutas nativas com potencial alimentício identificado na bibliografia. A partir de então, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com visitas aos lotes das famílias selecionadas. Foi constatado que as famílias conhecem em média 41 espécies de frutíferas nativas. Destas, 23 são conhecidas por todas as famílias entrevistadas. Cada lote possui, em média, 29 espécies de frutas nativas. As famílias fazem o uso de, em média, 18 frutas nativas. As espécies mais utilizadas, por ordem de importância, são: a Eugenia uniflora L. (pitanga), a Rubus sellowii Cham. & Schltdl. (amora-preta), a Campomanesia xanthocarpa (Cambess.) O.Berg (guavirova), a Annona neosalicifolia H.Rainer (ariticum-amarelo), a Eugenia involucrata DC. (cereja), a Eugenia pyriformis Cambess. (uvaia), a Inga vera Willd. (ingá-amarelo), a Allophilus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. (vacum), a Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (pinhão) e a Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (coquinho). A principal forma de uso das frutas nativas é a forma in natura, mas também foram identificados diversos outros usos pontuais das mesmas, principalmente na forma de sucos e geleias, bem como experiências iniciais de comercialização nas feiras e na “Agroindústria Coperjunho”. A maioria das frutas nativas ocorre de forma espontânea nos lotes, nos quais o manejo ainda é inscipiente. Portanto, existe uma importante diversidade de frutas nativas nos lotes das famílias entrevistadas, contudo, esse é um potencial ainda pouco explorado. Foi constatada a importância das frutíferas nativas na memória biocultural dessas famílias, as quais demonstram interesse em aumentar o consumo e comercialização dessas frutas. Por fim, compreende-se a importância da agroecologia na valorização e conservação das frutíferas nativas e fortalecimento da agricultura familiar na região, além de considerar os potenciais naturais intrínsecos na região para construção de políticas de desenvolvimento territorial. |