Perfil ocupacional de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos na Região das Missões, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Schäffer, Alexandre Luiz
Orientador(a): Battisti, Iara Denise Endruweit
Banca de defesa: Germani, Alessandra Regina Müller, Soder, Rafael Marcelo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3115
Resumo: O Brasil apresenta em sua produção nacional uma intensa utilização de insumos agrícolas, dentre eles destacam-se os agrotóxicos. Por sua vez, o Rio Grande do Sul lidera em quarto lugar no ranking dos Estados que mais comercializam agrotóxicos no país. Os agricultores compõem o grupo populacional mais exposto a agrotóxicos, visto que o manuseio deste faz parte de sua atividade laboral. O estudo teve por objetivo analisar o perfil ocupacional de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos na Região das Missões, RS. Pesquisa quantitativa, com delineamento transversal, descritiva e explicativa. Utilizou-se amostragem aleatória por conglomerados em dois estágios, com seleção de 12 municípios do primeiro estágio e 292 agricultores no segundo estágio. Participaram do estudo, trabalhadores rurais com 18 anos ou mais de idade, com no mínimo 15 horas por semana nas atividades de agricultura e com uso de agrotóxicos. Na obtenção dos dados, a primeira etapa constituiu-se em uma entrevista nos estabelecimentos agropecuários através de um instrumento de coleta de dados elaborado pelos autores, com variáveis sociodemográficas, tempo de uso de agrotóxicos, quantidade e tipo de agrotóxicos, práticas durante o preparo e aplicação do agrotóxico, intoxicações prévias e percepções dos trabalhadores rurais quanto ao risco do uso de agrotóxicos. Em um segundo momento realizou-se a dosagem da colinesterase em amostra de sangue e o número de micronúcleos em mucosa oral. A análise estatística foi realizada no software R (3.4.3), com teste de qui-quadrado para verificar associação entre fatores de exposição e variáveis principais (percepção do risco e uso do EPI completo), considerando o nível de 5% de significância. Como resultados principais, verificou-se que muitos trabalhadores rurais não associam o uso de agrotóxicos a sintomas de intoxicação. Em Santo Antônio das Missões, RS, o grupo exposto apresentou maior incidência de micronúcleos quando comparado com os indivíduos do grupo não exposto a agrotóxicos. Os valores para os exames de colinesterase eritrocitária encontram-se dentro dos padrões de referência, não apresentando diferença significativa entre os grupos. Resultados contrários são observados para os níveis de colinesterase plasmática, apresentando diferença significativa entre os grupos exposto e não exposto a agrotóxicos. Por fim, verifica-se a necessidade de políticas públicas para o monitoramento de trabalhadores rurais expostos aos agrotóxicos.