Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pauletti, Jéssica |
Orientador(a): |
Caracelli Scherma, Camila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2192
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Resumo: |
Com este trabalho, pretendemos compreender as vozes que constituíram a Educação do Campo como signo ideológico desde o seu nascedouro até os dias atuais (1998-2018). Para tanto, interessa-nos as lutas discursivas, expressas nas mais diversas esferas de atividade humana e nos gêneros discursivos e, desse modo, buscamos construir compreensões a partir de um conjunto de dados heterogêneos, com enunciados que abordam concepções, valorações e tomadas de posições divergentes ao se tratar da Educação do Campo. Com o recorte temporal a partir da década de noventa, traçamos três objetivos que fundamentaram a construção dos capítulos deste texto: 1.Estudar discursivamente as disputas que acontecem no território camponês por conta do jogo entre rural e urbano e como essas disputas são refletidas e refratadas na esfera das políticas públicas educacionais; 2. Compreender a constituição da Educação do Campo como um signo ideológico e perceber quais as relações de identidade e de alteridade presentes nesse signo; 3. Auscultar as vozes presentes em dois projetos políticos pedagógicos com a intenção de compreender as disputas territoriais, educacionais e de luta de classe presentes na materialidade verbal desses documentos. O território camponês (o campo) é um signo ideológico em disputa, uma vez que há forças contraditórias que defendem interesses divergentes relacionados ao uso desse espaço e de sua organização. Essa dinâmica territorial também se reflete e se refrata nas ações e nos documentos educacionais, constituindo duas frentes que se entrecruzam em termos de discursos e de interesses de classe; de um lado, a chamada educação rural, constatada em documentos oficiais, que atende às recomendações do neoliberalismo e da globalização em ascensão, da transposição dos dizeres escolares urbanos para o rural; de outro, a Educação do Campo, que nasce na contradição, no confronto e que tensiona o que já está dado, baseia-se nas lutas populares, proporcionada pelos movimentos sociais, na ideologia do cotidiano, pelos sujeitos do campo que pleiteavam uma organização educacional promovida pelas bases da sociedade. Com essas linhas divergentes de concepção do território camponês e da Educação do Campo, compreendemos que nos processos de constituição de políticas educacionais do campo existem diferentes interesses ideológicos, que aqui foram estudados pela linguagem, pela palavra e pelos signos. |