Agricultura familiar: sustentabilidade, ator e agência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Toledo, Eliziário Noé Boeira
Orientador(a): Zonin, Valdecir José
Banca de defesa: Zonin, Valdecir José, Wencznovicz, Thaís Janaína, Rocha, Humberto José da, Zonin, Wilson João
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3850
Resumo: É muito presente na literatura do desenvolvimento rural a relação entre agricultura familiar e sustentabilidade ambiental. As abordagens sugerem que esse segmento de agricultores possui características, aptidões e habilidades mais amigáveis ao uso dos bens e ativos naturais, ao mesmo tempo em que produzem alimentos. A dissertação buscou responder a problemática: Em que medida a busca da renda monetária, ao exercitar as condições de ator e agente dos agricultores familiares, relativiza a opção pelas demandas da sustentabilidade ambiental? O objetivo geral desse estudo é ampliar o conhecimento empírico sobre a problemática que ampara as ações e estratégias adotadas pelos agricultores familiares, na geração de renda do estabelecimento rural conjugadas com as possibilidades de adoção dos princípios da sustentabilidade ambiental. A pesquisa empírica foi realizada nos municípios de Barão do Cotegipe, Sertão e Viadutos, na região do Alto Uruguai, e foi adotada a modalidade de estudo de caso. Foram entrevistados 54 agricultores familiares por meio de questionários fechados, e os dados foram formatados pelo programa SPSS; além disso, foram efetuadas 10 entrevistas qualitativas com experts (lideranças, técnicos de extensão rural, gestores públicos). Procurou- se compreender se as estratégias adotadas pelos agricultores na condução dos seus estabelecimentos, consideram as necessidades de observar as demandas da sustentabilidade, entendidas pela visão dos agricultores familiares, por meio da perspectiva teórica orientada ao ator defendida por Long e Ploeg e da agência, um dos elementos da Teoria da Estruturação desenvolvida por Giddens. O trabalho de campo demonstrou que foi possível verificar a procedência da hipótese que é baixo o nível de interesse e de investimentos dos agricultores na área ambiental, que independe dos níveis de renda, e quando isso ocorre é por imposição de penalidades oriundas de crimes ou infrações ambientais cometidas, ou por opção em investimentos na modalidade de poupança florestal. A hipótese que sustentava que os agricultores familiares são contrários à legislação ambiental não se confirmou, os dados confirmaram que os agricultores familiares possuem ampla e nítida compreensão da problemática ambiental e dos reflexos das atividades agropecuárias no meio ambiente que defendem, inclusive, a necessidade e pertinência da legislação ambiental vigente, apesar da constatação de passivos ambientais expressivos nos estabelecimentos rurais detectados no ato de realização do CAR. Parte expressiva dos agricultores desconhecem ou não compreendem adequadamente as opções disponibilizadas pela “agricultura alternativa“, em relação ao modelo convencional do pacote agrícola, comprovando a hipótese proposta.