Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, João Costa de |
Orientador(a): |
Martins, Sérgio Roberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável
|
Departamento: |
Campus Laranjeiras do Sul
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/601
|
Resumo: |
A presente dissertação trata da problemática decorrente da contradição entre Desenvolvimento e Sustentabilidade mediada pela implementação de hidrelétricas em Territórios Rurais a partir do estudo das cinco principais UHEs – as usinas de Salto Caxias, Salto Osório, Salto Santiago, Salto Segredo e Foz do Areia – implantadas no Território Cantuquiriguaçu no Centro-Oeste do Paraná. O estudo consiste numa análise ancorada nos princípios e categorias do materialismo histórico-dialético e considera a implantação das referidas barragens não como um fenômeno isolado, mas com fortes interações com o modelo de desenvolvimento experimentado na região, ou seja, como afirmação da racionalidade técnico-científica que se impõe contra a natureza e as populações locais. A racionalidade capitalista baseada na ciência convencional e na aplicação prática da técnica e da tecnologia atinge também em paralelo, outras atividades econômicas no local, como a agricultura e a pecuária, gerando novas contradições. Juntas, essas atividades produzem intenso impacto sobre o meio socioambiental local em favor dos grupos dominantes, como revelaram os recursos da metodologia de pressão, estado e resposta - PER empregados na alimentação de indicadores. Estes indicadores possibilitaram aferir a confirmação da hipótese de que no atual modelo do setor energético brasileiro, as hidrelétricas não asseguram estratégias de desenvolvimento na perspectiva da sustentabilidade no local e até mesmo, em escala nacional. A confirmação da hipótese referente às hidrelétricas no Território Cantuquiriguaçu não isenta, porém, as outras atividades econômicas no Território, uma vez que estas seguem o mesmo modelo e contribuem para com o agravamento dos baixos índices de desenvolvimento humano apontados pelos mesmos indicadores. Além da metodologia PER, utilizou-se a pesquisa documental em que foram consultados e analisados os planos de desenvolvimento, políticas públicas, diagnósticos socioeconômicos e ações dos movimentos sociais, entre outros, além da pesquisa bibliográfica. Os resultados alcançados permitem concluir que como um processo histórico esse modelo vem gestando sua própria superação cujo embrião consiste nas forças populares e nas respostas que estas vêm construindo em parceria ou, para além da ação governamental. O expressivo número de famílias acampadas e assentadas, a forte atuação de movimentos socioterritoriais como MST, MPA e MAB, bem como as ações transformadoras a exemplo da conquista da UFFS e a participação efetiva na elaboração de políticas públicas formam a materialidade do fortalecimento dessa contradição que pode mudar o curso do desenvolvimento rumo à sustentabilidade. |