"Eu também sou de luta": a participação das mulheres no movimento dos atingidos por barragens no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Jordan Brasil dos
Orientador(a): Rocha, Humberto José da
Banca de defesa: Vieira, Flavia Braga, Silva, Claiton Márcio da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3819
Resumo: Ao longo da história as mulheres foram invisibilizadas refletindo como a sociedade se estruturou. Mesmo as mulheres fazendo parte ativa da história, suas ações não eram registradas. Por isso, torna-se essencial o resgate da participação das mulheres em todos os setores da sociedade. É necessário compreender o papel das mulheres no Movimento dos Atingidos por Barragens, tendo como pano de fundo, a questão de gênero nos movimentos sociais, através de um levantamento histórico do papel da mulher nos movimentos sociais, com suas principais pautas unindo com a teoria sobre mulheres e movimentos sociais, além de um mapeamento dos diferentes aspectos envolvidos no processo de fortalecimento da liderança feminina na região do Alto Uruguai ou Sul do Brasil. Através de pesquisas semiestruturadas e com o uso da metodologia da história oral, procedeu-se a entrevista de lideranças do MAB, e as respostas foram cruzadas com as teorias dos movimentos sociais e de gênero. As mulheres estiveram em todas as etapas de luta contra a construção de barragens na bacia do Rio Uruguai. Mas a sua função mudou com o passar do tempo saindo de uma função reprodutiva de fornecer suporte na família e na propriedade para que o homem fosse às negociações, até a função de protagonismo nas negociações devido à ausência de questionamentos das questões ligadas com a soberania alimentar e meio ambiente. No entanto, a questão de gênero não era uma questão central no começo só sendo importante a partir dos anos 2000 com formação de lideranças e de militantes. Mesmo com o destaque que a temática ganha a luta pela terra continua com a sua centralidade na vida do movimento. Além dessas pautas como gênero o movimento tinha outras importantes pautas, como a soberania alimentar, preço da energia e modelo energético. Todas essas questões são importantes, mas não excluem a principal pauta: a luta pela terra.