Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Frizzo, Celina Eliane |
Orientador(a): |
Krug, Marcelo Jacó |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
|
Departamento: |
Campus Chapecó
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/725
|
Resumo: |
Manter e preservar uma língua é preservar a cultura de um povo, mais do que isso, a língua é uma questão de identidade dentro da sociedade. Partindo desta afirmação, realizamos uma pesquisa com os índios Guarani e Kaingang da Terra Indígena Guarita, maior terra indígena do Rio Grande do Sul, que abrange os municípios de Erval Seco, Redentora e Tenente Portela, no noroeste do estado, onde atualmente encontramos 6.001 indígenas. Temos o objetivo de levantar e descrever as principais crenças e atitudes linguísticas que levam os Guarani e Kaingang a abandonar suas variedades linguísticas e usar o português como idioma de comunicação. Para isso, selecionamos um total de 24 informantes a partir dos moldes teóricos metodológicos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (8 informantes Guarani, 8 informantes Kaingang e 8 informantes não indígenas), metodologia utilizada para essa pesquisa. Foram consideradas as dimensões diatópica (na qual analisamos as crenças e as atitudes quanto ao uso que cada comunidade faz de sua variedade), diastrática, (definidas a partir do contexto de cada um dos grupos, como: topodinâmicos (Td), e topostáticos (Ts). O grupo Td fica posicionado nas células superiores da cruz utilizada na metodologia, e Ts nas células inferiores), diageracional (Geração II (GII), informantes com 52 anos ou mais, e Geração I (GI), informantes de 18 a 36 anos) e diassexual (informantes do sexo masculino e feminino). Usamos alguns requisitos na seleção dos informantes: primeiramente, os informantes precisavam contemplar as particularidades de cada uma das dimensões, além de terem nascido na TIG e nas cidades de Tenente Portela e Redentora ou ter vivido pelo menos ¾ da vida e residir nesses locais atualmente. Para a coleta de dados aplicamos um questionário aos informantes, além de solicitar a eles que lessem alguns textos em português, Guarani e Kaingang, além disso, tivemos uma conversa livre com os informantes. O caderno de campo também foi utilizado para anotarmos todas as observações que fizéssemos enquanto observávamos os grupos. Após análise dos dados, percebemos que no grupo Kaingang são os homens que mais preservam a língua indígena e no grupo Guarani a preservação da língua coube ao grupo Ts. Além disso, também constatamos que todos os informantes, tanto indígenas quanto fóg/juruá, acham importante ensinar os filhos a falar a língua indígena, mas nem todos os indígenas procedem dessa maneira. Ademais, para o grupo fóg/juruá falar a língua indígena é um fator de identidade, é através dela que se mantém e se preserva a cultura do povo indígena. Ainda, em relação às crenças e atitudes, constatamos que para os informantes indígenas é importante que se fale a língua indígena; que a escola ensine a variedade indígena aos alunos e, além disso, a língua identifica os indivíduos indígenas. Contudo, é a língua portuguesa que vem ganhando maior espaço na vida de muitos indivíduos indígenas, ao ponto de ser, ela, a única língua que alguns indígenas falam, colocando em risco o bilinguismo indígena. |