Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bernardi, Fabricio |
Orientador(a): |
Elias, Fabiana |
Banca de defesa: |
Elias, Fabiana,
Nascif Junior, Iucif Abrão,
Azevedo, Maiara Garcia Blagitz |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Bem-Estar e Produção Animal Sustentável
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Departamento: |
Campus Realeza
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3210
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Resumo: |
A brucelose é uma das zoonoses bacterianas mais importantes e difundidas no mundo, transmitida aos seres humanos, principalmente pelos bovinos, por meio do contato direto com material infectado ou consumo de produtos contaminados não pasteurizados. São escassos os estudos epidemiológicos sobre a doença em bovinos e humanos no Oeste Catarinense, região caracterizada pela agropecuária. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi caracterizar os aspectos epidemiológicos da brucelose bovina e humana notificados na região Oeste de Santa Catarina entre os anos de 2013 a 2018. Os dados sobre os bovinos e humanos foram fornecidos pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) e pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), respectivamente. Foi avaliada a frequência da doença nos bovinos, rebanhos e nos humanos. Também, foi analisado o perfil epidemiológico dos casos humanos confirmados e a correlação entre casos bovinos e humanos. Dos bovinos, foram analisadas informações dos positivos no exame confirmatório, sendo que, no período de estudo, foram realizados 686.086 testes para brucelose, com frequência de 1,11% (7.586/686.086) animais positivos, enquanto a frequência de rebanhos positivos dentre os 80.171 testados foi de 0,95% (764/80171). Do total de positivos, 92,96% eram fêmeas. O ano com maior número de casos bovinos foi 2016 (1952) e com menor número foi 2014 (485). As chances de ocorrência de brucelose nos bovinos aumentaram significativamente nos anos de 2015 (OR= 1,55) e 2016 (OR= 1,97) e diminuíram nos anos 2014 (OR= 0,47) e 2017 (OR= 0,97). Quanto aos humanos, foram observados os casos reagentes ao teste de triagem e os confirmados que foram submetidos ao protocolo terapêutico. Foram testadas 3.671 pessoas, das quais, 12,34% foram reagentes (453/3.671) e 3,41% (125/3.671) confirmadas. O ano com maior número de humanos reagentes foi 2015 (123) e de confirmados 2018 (39 casos). A predominância dos casos confirmados foi em pessoas do sexo masculino (48,8%), com 20 a 59 anos de idade (60%), ensino fundamental incompleto (22,4%), de raça/cor branca (71,2%), de origem rural (59,2%), com contato ocupacional (64,8%), com profissões ligadas diretamente às atividades agrícolas e pecuárias (55,5%) e por fim, 59,2% relataram consumo de produtos lácteos e derivados não pasteurizados. Não foi observada variação sazonal de casos bovinos ou humanos. A doença está presente nos bovinos em 61,07% (80/131) dos municípios e observou-se que a distribuição espacial dos casos humanos se sobrepõe aos focos e casos bovinos nos municípios da região, sendo a concentração de casos do Meio Oeste para o Extremo Oeste. Foi detectada correlação entre os casos humanos e bovinos em cinco anos do estudo, sugerindo que ações voltadas ao controle da doença nos bovinos são imprescindíveis na redução dos casos da enfermidade humana. Os resultados encontrados demonstram que a brucelose é uma doença endêmica no Oeste Catarinense, mesmo com baixa frequência de ocorrência em rebanhos e bovinos. |