Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Bragança, Marcela Langa Lacerda |
Orientador(a): |
Görski, Edair Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Santa Catarina
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3769
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Resumo: |
A literatura dos campos variacionista e funcionalista, particularmente o de vertente norte-americana, tem se voltado, em suas tendências atuais, para compreensão, dentre outros aspectos e respectivamente, (i) da variação estilística, compreendida de diferentes modos a depender da fase variacionista que se toma como referência para investigação desse tipo de variação, e (ii) das condições de produção e de recepção dos usos efetivos da língua. Com isso, esses dois campos, ora implícita ora explicitamente, aproximam-se de questões relacionadas ao estudo de gêneros textuais/discursivos. No que diz respeito a fenômenos em variação/mudança no Português do Brasil, a literatura sobre a expressão do futuro do presente indicia pontos ainda não investigados e que também evocam, em alguma medida, tópicos de abordagens de análise de gênero. Frente a esse duplo cenário, nesta tese apresentamos uma proposta de articulação teórico-metodológica entre os campos variacionista, funcionalista e dialógico para constituição de uma abordagem transdisciplinar para tratamento de fenômenos em variação/mudança, com o objetivo de promover uma nova chave de leitura, suficientemente ampla para acomodar preceitos dos três campos teóricos mencionados, especialmente para exame da expressão do futuro do presente e de fenômenos similares. A pesquisa baseia-se na literatura sobre (i) esse fenômeno, visto sob uma ótica funcionalista; (ii) o campo funcionalista que orienta a literatura sobre esse fenômeno; (iii) o campo variacionista, considerando mais detidamente aspectos históricos do surgimento e do desenvolvimento desse campo, que enseja, em termos prototípicos, três diferentes fases epistemológicas; e (iv) o campo bakhtiniano, com menção a alguns de seus principais aspectos filosóficos, teóricos e metodológicos. A partir da revisão dessa literatura e de problematização de alguns de seus tópicos, tecemos um diálogo entre os campos, levando-se em conta pontos passíveis de serem conjugados, apesar das especificidades com que são abordados em cada campo. O diálogo promovido orienta-se, então, pelos seguintes tópicos de discussão: (i) concepção sobre o fazer científico; (ii) concepção sobre sujeito e cognição; (iii) concepção sobre língua; (iv) concepção sobre a relação entre língua, indivíduo e sociedade; (v) explicações sobre a mudança linguística. Da articulação entre os campos em tela, por essas via, propomos uma nova abordagem, designada nesta tese de sociofuncionalismo enunciativo-discursivo. Dentre os aspectos que caracterizam essa abordagem, destacam-se: (i) inscrição dos usos linguísticos no âmbito das práticas sociais, com reconhecimento de queeles constituem uma prática estilística e distintiva; (ii) concepção de que a ideologia é o centro das práticas de uso da língua; (iii) circunscrição do estudo da língua aos gêneros do discurso; (iv) eleição do estilo dos gêneros como objeto de estudo; (v) exame das formas/funções de fenômenos em variação/mudança sob a perspectiva de que elas integram o estilo dos gêneros; (vi) visão de que a mudança linguística percorre um caminho de experimentação de gêneros e de estilos; (vii) design metodológico multidimensional e multinível (do tipo top down). Sob esse novo olhar, indicamos o modo como algumas facetas sobre a expressão do futuro do presente ainda podem ser examinadas, bem como vislumbramos a possibilidade (i) de potencialização do estudo de fenômenos em variação/mudança, quando esses são tomados em relação a dinâmicas sociais particulares, por meio da eleição dos gêneros do discurso como locus de análise da variação linguística (/estilística), considerando ser nesse âmbito que se dá a relação entre formas, funções e significado social da variação, e (ii) de produção de respostas para o papel do significado das práticas sociais para os usos efetivos da língua e, reversamente, o papel desses para a constituição daquele. |