Comunidade de macroinvertebrados bentônicos e qualidade da água nos principais riachos da sub-bacia hidrográfica do Rio Comandaí, mesorregião noroeste rio-grandense, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Loebens, Cristiane Maria
Orientador(a): Strieder, Milton Norberto
Banca de defesa: Vasconcelos, Márlon de Castro, Tataje, David Augusto Reynalte
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3943
Resumo: As atividades humanas vem alterando significativamente os ambientes naturais. Atualmente os ambientes aquáticos estão entre os mais afetados. Os rios sofrem com ações naturais e antrópicas desde a sua nascente a foz, que alteram as características físicas do habitat e da qualidade da água. Ambientes perturbados exercem pressão na estrutura da comunidade bentônica de macroinvertebrados. Várias metodologias de estudo da composição da comunidade de organismos biológicos podem ser usadas para determinar a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas aquáticos. Os organismos mais utilizados no biomonitoramento pertencem a comunidade de macroinvertebrados bentônicos. Esses organismos respondem as variações ambientais uma vez que em todo, ou pelo menos parte dos seus ciclos de vida, ocupam o ambiente aquático. A presença ou ausência dos macroinvertebrados pode nos dar respostas referente a integridade ambiental de um curso de água. Neste contexto, se apresentou a questão da presente pesquisa: a ação antrópica influencia a redução da diversidade taxonômica de macroinvertebrados e a diminuição da qualidade da água na sub-bacia do rio Comandaí? O objetivo deste estudo é avaliar e caracterizar a qualidade da água nos principais riachos da sub-bacia hidrográfica do rio Comandaí, mesorregião do Noroeste Rio-Grandense, BRASIL, usando os macroinvertebrados bentônicos para calcular o Índice Biótico de Família (IBF), Biological Monitoring Working Party Score System (BMWP) e o índice de diversidade Shannon-Wiener em 27 trechos amostrais. Os nove riachos foram selecionados, com base no diagnóstico da bacia hidrográfica e são considerados os principais contribuintes do rio Comandaí. As coletas dos macroinvertebrados foram realizadas na primavera de 2016 e outono de 2017, com puçá aquático – “dipnet” para uma abordagem multihabitat, por um período de 40 minutos. Foram coletados 11.982 macroinvertebrados bentônicos, de 63 famílias, pertencentes aos táxons: Platyhelminthes, Annelida, Mollusca, Crustacea e Insecta. As famílias mais abundantes foram Hydropsychidae (15,20%), Simuliidae (13,50%), Chironomidae (11,95%) e Baetidae (10,69%). A qualidade geral da água variou de águas limpas a águas com efeitos moderados de poluição. Não ocorreu diferença de qualidade da água entre os trechos dos riachos. Entre as regiões da sub-bacia observou-se diferença significativa da qualidade da água somente para o índice BMWP (p = ˂0,01), no outono de 2017, sendo a melhor qualidade da água registrada na primavera. A análise dos resultados nos permite concluir que os índices bióticos estudados apresentam forte correlação com a qualidade da água e refletem as mudanças causadas pela ação antrópica, no gradiente longitudinal da sub-bacia hidrográfica do rio Comandaí. Portanto, os macroinvertebrados são importantes bioindicadores e podem fornecer informações relevantes para os programas de gerenciamento e preservação dos recursos hídricos.