As metamorfoses do trabalho e suas expresões urbanas: uma análise crítica sobre a realidade dos trabalhadores da Feira da Madrugada do bairro do Brás em São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Jéssica Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11043
Resumo: A presente dissertação de mestrado resulta da investigação teórico-prática a respeito das atuais transformações capitalistas no Brasil, suas expressões nas áreas urbanas e seus impactos para a classe trabalhadora, tendo como foco a análise crítica sobre as condições de vida e trabalho dos feirantes e clientes da Feira da Madrugada do bairro do Brás, localizada no pátio do Pari na cidade de São Paulo. Nesta perspectiva, sob o âmbito teórico-metodológico, este trabalho tem como foco de análise as mudanças no universo do trabalho forjadas pela reestruturação produtiva no Brasil. Busca-se apreender as tendências desse modelo de sociabilidade, à luz da concepção do pensamento clássico e de autores contemporâneos, visando identificar as implicações das novas tendências da sociabilidade capitalista aos trabalhadores. Para isso, inicialmente busca-se desvendar o processo de metabolismo das relações do homem com a natureza, cujas bases teóricas mostram a maneira como a produção de excedente se torna o pontapé do modo de produção capitalista. A partir daí apresenta-se o lugar que o trabalho ocupa na lógica do capital, considerando a premissa da alienação nos termos de Marx para o sucesso do sistema capitalista. Avalia-se também as vias de desenvolvimento da formação sócio-histórica brasileira, sinalizando as particularidades da implementação e desenvolvimento do modo de produção capitalista no Brasil até a década de 1950 com a industrialização. Posteriormente, considera-se o contexto das transformações globais promovidas pelo capitalismo, em especial a partir do final da década de 1980 no Brasil, com o advento da reestruturação produtiva, a financeirização do capital e a implementação do neoliberalismo. A partir desta compreensão averiguam-se aspectos dessa reestruturação do sistema capitalista de produção no Brasil e no mundo, na tentativa de apreender os motivos pelos quais o capitalismo se aperfeiçoa e adota novas roupagens em tempos de crise e de que maneira isso se reflete nas condições de vida e trabalho das classes subalternas, sobretudo nos sujeitos analisados. Finalmente apresentam-se os resultados obtidos mediante a pesquisa empírica realizada com os trabalhadores inseridos na Feira da Madrugada, sinalizando que a redução do trabalho nos mais diferentes setores da produção, além do aparente enfraquecimento das lutas políticas desses trabalhadores, frente às imposições dos órgãos públicos municipais na regulamentação das suas atividades no centro das grandes cidades, reforçam o ideário da individualização e a fragmentação das lutas sociais diante das imposições do projeto ideológico e político do capitalismo contemporâneo, em suas ofensivas sobre as condições econômicas e sociopolíticas que afetam os feirantes do espaço pesquisado.