Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mota, Amanda dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/26559
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Resumo: |
A produção de uma nova forma de cuidar em saúde mental convoca a Enfermagem, enquanto uma Instituição, a olhar para suas práticas nos espaços onde elas são produzidas, ou seja, durante a intervenção, na elaboração do cuidado. Nesse sentido, os hospitais psiquiátricos são estabelecimentos em que há uma realidade que mantém elementos extra hospitalares provenientes da Reforma Psiquiátrica associados às práticas que deram forma à psiquiatria exercida nos séculos XVII e XVIII. Nesse contexto, a Instituição Psiquiatria, assim como outras instituições, atravessa as práticas dos profissionais do campo da saúde. Contudo, aos profissionais de Enfermagem cabe a incumbência do papel reprodutor de práticas e modos instituídos. Entretanto, considera-se que no momento do cuidado existe um conhecimento que vem da experiência, passa pelo corpo, e se expressa sempre de modo singular, e, portanto, não pode ser previamente capturado. Aqui, neste trabalho, se faz uma aposta na porosidade no ato de cuidar, fazendo surgir experiências de cuidado centrado naquilo que passa e acontece entre o corpo do profissional e o do usuário nesses estabelecimentos. É nessa perspectiva que me proponho a explorar os movimentos de uma Enfermagem produtora de ações e de modos de funcionamento múltiplos que atravessam as instituições e os seus regimes de verdades no interior de um hospital psiquiátrico, compondo uma clínica específica, que parece ser difícil de expressar e de ser transmitida. Desse modo, considerando os desafios do cuidado em saúde mental, construímos para este estudo o objetivo de compreender a prática dos trabalhadores de Enfermagem, em um hospital psiquiátrico, a partir dos atravessamentos institucionais presentes no cotidiano do cuidado. Optamos pela pesquisa intervenção pelo seu caráter político de busca das transformações, no interrogar das ações e sentidos nas instituições e utilizamos como referencial teórico-metodológico a Análise Institucional na perspectiva da Socio-clínica Institucional. Durante o processo de intervenção, foram criados três dispositivos para os encontros de sessão de grupo: Histórias em quadrinhos; Tenda do Conto e Grupo de Discussão. Foram 8 encontros, totalizando a participação de 30 trabalhadores de Enfermagem. Restituímos aos profissionais as informações que puderam ser retiradas dos encontros, através de 7 encontros. Utilizamos os conceitos da Análise Institucional e da Socio-clínica para guiar e compreender o processo, assim como para análise dos dados. Os resultados evidenciaram o uso de si, na produção de um cuidado único. O acúmulo de experiência desses trabalhadores passa pelo corpo, se materializa em arranjos que fazem com que, muitas vezes, coloquem os seus próprios corpos à disposição do cuidado. Outros resultados encontrados referiram-se sobre o impacto da pandemia do COVID-19, na prática desses profissionais, que teve início no Brasil no mês de março de 2020. A pandemia se revelou como um analisador da dinâmica hospitalar. Na sequência, apontamos a análise da encomenda e demanda importantes para a entrada no campo e, por fim, pudemos colocar em análise as implicações primárias e secundárias da pesquisadora, a partir da identificação do seu modo de relação com as Instituições que atravessam o campo e apontam para uma clínica fluida e com capacidade de sustentar a desorganização mental dos pacientes, produzindo um território sólido entre o usuário e o profissional. Conclui-se que na cena do cuidado com o corpo dos profissionais de Enfermagem é tomado na sua plenitude, como um corpo nas suas múltiplas dimensões, funcionando como verdadeiros sensores especiais capazes de captar infinitas possibilidades de sinais, subsidiando um manejo singular durante o cuidado. Um corpo que se apresenta como prática, ligada à experimentação numa trama de forças que se faz presente de modo não funcional, promovendo “furos no muro” das práticas instituídas no interior do hospital psiquiátrico. |