Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Aguiar, Milena Torres de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/3223
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Resumo: |
Baseados na Linguística Funcional Centrada no Uso, estudamos a construção SNLoc atributiva em uso no português contemporâneo, que resulta da forte integração de suas subpartes – SN e pronome adverbial locativo. Numa perspectiva pancrônica, tomamos como base o Corpus do Português, para a análise das sincronias do século XIV ao XIX, e o Corpus Discurso & Gramática, para investigarmos os usos do século XX. Através desses corpora, realizamos um estudo prioritariamente qualitativo, mas também quantitativo, dos usos de SNLoc, e com esse levantamento, comprovamos a hipótese de que SNLoc atributiva é um membro marginal da classe dos nomes do português, resultante de construcionalização lexical. A mudança linguística de que resulta tal esquema se inicia em contextos atípicos, nos usos dêiticos mais referenciais, como os dêiticos físicos (“quando eu tinha três anos... eu caí... aí tá até a cicatriz aqui...”) e os dêiticos catafóricos (“eu pretendo fazer um outro curso aí na universidade”). Através de usos como os dêiticos anafóricos (“tem uma passagem assim maneira da cozinha pra sala... com um balcãozinho... que a gente vai fazer um bar ali”) e os dêiticos virtuais (“deixa o açúcar ficar moreno... aí bota o óleo... aí vai... bota a galinha... aí deixa a galinha lá...”), que configuram contextos críticos, sequências linguísticas em que surgem ambiguidades de sentido e forma, chega-se à construção SNLoc atributiva, em um contexto de isolamento. São casos como: “daí começaram a correr ... a correr ... a correr e o homem atrás dele ... daí depois ... ele pegou uma moça lá toda doida ...” Nessa construção há a cliticização do locativo, que se entrincheira ao SN, formando um novo esquema construcional da língua, no nível do léxico. Assim, o locativo unido ao SN assume um sentido de imprecisão e indefinição, distinto de seu sentido original, e juntos constituem a construção híbrida SNLoc atributiva, um novo par forma e sentido, um esquema de tipo endocêntrico, complexo, produtivo e parcialmente composicional, resultado de construcionalização lexical. A macroconstrução SNLoc atributiva, que tem uso recorrente no português contemporâneo, através de construtos de microconstruções, motivados por contextos semântico-pragmáticos específicos, tem produtividade maior na modalidade falada, em registros mais informais e em sequências de fundo narrativo. |