(In)segurança alimentar e nutricional: histórias de vida de mulheres refugiadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Guerra, Juliana Vidal Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21827
Resumo: Com as crises dos refugiados na Europa e na América Latina, o Brasil se destaca como opção na dimensão de migração forçada com proteção, para muitas famílias que perderam seus lares e direitos, como indivíduos integrantes de uma sociedade, sobretudo, as mulheres, que são responsáveis pelo preparo de alimentos e fomento dos hábitos alimentares no lar. Este estudo apresenta, como questões de pesquisa, que valores culturais a mulher refugiada traz, em relação à alimentação e nutrição? Como são o comportamento alimentar e as aproximações da culinária, que a mulher refugiada apresenta? Como se dá a relação entre a alimentação e as relações sociais no refúgio? O estudo apresenta o seguinte objetivo geral: compreender a segurança alimentar e nutricional, os aspectos da cultura alimentar e as relações sociais de mulheres refugiadas no Brasil, a partir de suas histórias de vida. Tem como objetivos específicos, descrever a visão de mulheres refugiadas, acerca do papel da alimentação nos cuidados com a saúde; analisar o comportamento alimentar e as aproximações com a culinária de mulheres refugiadas, tendo em vista as recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira e da Organização Mundial de Saúde (OMS); discutir como a migração forçada se reflete na alimentação, na nutrição e nas relações sociais dessas mulheres. Estudo com abordagem qualitativa, usou o método História de Vida. Foram onze mulheres refugiadas, participantes, convidadas a partir da seleção do tipo snow ball. Utilizou-se a entrevista narrativa para a produção de dados, e imediatamente após a entrevista, os dados foram transcritos e a fase de análise das narrativas foi iniciada, concomitantemente à transcrição. Obteve-se a consolidação da hipótese, imaginada na pesquisa sistemática de casos negativos e, após análise teórica de enunciados, originaram-se duas categorias de significações: (in)segurança alimentar, cultura, comportamento, culinária e as relações sociais pelas mulheres refugiadas; alimentação, cuidado com a saúde física e saúde mental das refugiadas. As narrativas das mulheres refugiadas e seus significados possibilitaram confirmar a tese de que a migração internacional forçada predispõe, à mulher refugiada, a insegurança alimentar e nutricional, e que estas reconhecem o papel da alimentação nos cuidados com a saúde. Logo, conclui-se a necessidade de estratégia tangíveis para mitigar as desigualdades e a fome percebidas no padrão de alimentação da população em situação e vulnerabilidade, como a população refugiada, tal como a atuação do profissional nutricionista na atenção básica que requer estratégias capazes de promover mudanças no comportamento alimentar com fundamentação no Guia alimentar para a população Brasileira, de acordo com a realidade em que os indivíduos estão inseridos