O poder na fronteira: hegemonia, conflitos e cultura no norte de Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Edison Antônio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói, RJ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22283
Resumo: O Estado brasileiro a partir da década de 1970 fomentou a ocupação do norte mato-grossense, baseado na concessão de incentivos fiscais públicos, principalmente às empresas particulares de colonização, que atraíram milhares de pessoas para aquela região como alternativa aos conflitos sociais que ocorriam no Sul e Sudeste do Brasil. A política que orientou o avanço da fronteira econômica no Estado de Mato Grosso, estruturou-se de forma a permitir a integração desta, ao mercado nacional e as estruturas produtivas de acumulação do capital. O processo de colonização particular ampliou a expropriação e a dominação no norte mato-grossense, com manutenção das relações capitalistas de produção de uma forma acelerada, através da exploração dos recursos naturais e pelo controle social dos trabalhadores. Com o avanço da fronteira agrícola, alguns empresários favorecidos pelos incentivos fiscais públicos, acumularam capital em atividades como o setor madeireiro e agropecuário, passando a dirigir politicamente o norte de Mato Grosso. Através desta Tese sustentamos a argumentação de que, os mecanismos que regem as relações de poder naquela região de fronteira, foram construídos no inter-relacionamento entre agências e agentes a partir de uma rede de relações e alianças com as elites regionais, sistemas de trocas e reciprocidades, utilizando-se do poder simbólico enquanto estratégia de controle e dominação social. A classe dominante regional construiu uma hegemonia articulada em torno de valores, práticas e ideologia da classe ou fração de classe, que organizam-se através dos intelectuais orgânicos, formas de consenso entre outras frações, divulgando o mito do progresso, da civilização, da agricultura moderna e desenvolvida, ‘naturalizando’ os conflitos sociais e a luta pela terra no Estado. Estudamos a questão da fronteira norte mato-grossense no eixo da Rodovia Federal (BR-163) com destaque para Sinop, principal cidade daquela região. Refletimos sobre as questões políticas, sociais as mudanças econômicas. Mapeamos essas relações no âmbito da sociedade civil e da sociedade política, destacando o papel das Agências e Agentes sociais, analisadas pela perspectiva da História Social