Variação linguística na sala de aula : encontros e desencontros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Gabriela Barreto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10357
Resumo: O presente trabalho tem como principal objetivo investigar o tratamento da variação linguística no ensino de língua portuguesa, por meio da análise de questionários aplicados a professores dessa disciplina do 6o ao 9° anos do ensino fundamental e das quatro coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa mais escolhidas no Programa Nacional do Livro Didático — PNLD/2014. Trata-se de pesquisa de natureza sociolinguística que busca investigar o conhecimento dos docentes sobre a variação e o tratamento didático de alguns conceitos, tais como, mudança linguística, preconceito linguístico, noções de “certo” e “errado”, entre outros, nas aulas de língua materna. A pesquisa parte da premissa de que grande parte dos professores, pelo menos os dos grandes centros, está ciente dos avanços dos estudos sociolinguísticos e concorda com a necessidade de se desenvolverem trabalhos que ampliem a competência linguística dos alunos, conforme preconizam os PCNs, no entanto depara-se com obstáculos de ordem metodológica e com a falta de apoio de materiais didáticos adequados, o que dificulta a transferência de seus conhecimentos teóricos à prática em sala de aula. Para traçar um quadro real da situação, foram, então, compilados os depoimentos de docentes do 6o ao 9° ano do Ensino Fundamental, da rede pública e privada do RJ, interior e capital, nos quais se abordaram questões sobre suas propostas de trabalho em relação à variação, sobre as reações dos alunos ao assunto e sobre o preconceito linguístico. Focalizou-se, especialmente, a função do livro didático no desenvolvimento do tema, visto que os exercícios explorados em sala — quase sempre sugeridos pelos manuais didáticos — restringem-se, na maioria das vezes, à identificação das variedades linguísticas empregadas e à transferência de enunciados para a variedade padrão, sem que se comente a adequação do emprego de quaisquer das variedades em uso. Desta forma pretendeu-se observar a atitude dos professores em relação à variação linguística e refletir sobre as consequências de seus procedimentos didáticos para o desenvolvimento linguístico do aluno. A análise dos resultados comprovou que, apesar de mais de quatro décadas de pesquisas sociolinguísticas, sua repercussão em sala de aula ainda está longe do que se possa considerar adequado.