Bioatividade de nanoemulsões e óleos essenciais de xylopia ochrantha e eucalyptus cinérea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Viana, Valéria Costa Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34686
Resumo: O futuro da humanidade depende da sustentabilidade. As doenças tropicais negligenciadas afetam mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, sendo os insetos os principais vetores que também são desafios para a produção de alimentos em escala global e produção agrícola. O uso de produtos sintéticos é um dos métodos mais utilizados para controle de insetos e vetores de doenças. Porém, estes possuem efeitos negativos para o meio ambiente. Com isso, o interesse por novos produtos de origem vegetal tem aumentado e substâncias com menores riscos à saúde humana e ao ambiente estão sendo estudadas. Nesse cenário, o objetivo desse estudo foi determinar a bioatividade de óleos essenciais (OEs) e de nanoemulsões contendo OE de Eucalyptus cinerea e Xylopia ochrantha frente a diferentes vetores de doenças. Os óleos foram extraídos por hidrodestilação e quimicamente identificados por CG-MS e CG-FID. Diferentes nanoemulsões foram desenvolvidas para a determinação do EHL e caracterizadas pela técnica de DLS quanto ao tamanho de gotícula e polidispersividade (PDI). Bioensaios foram realizados com larvas de Ae. aegypti, com ninfas de R. prolixus, com B. glabrata e cercarias de S. mansoni, vetores de doenças como Dengue, Doença de Chagas e Esquistossomose, entre outras. Pragas agrícolas como larvas e adultos de U. dermestoides também foram testados, além de ninfas de 4º instar de Dysdercus peruvianus. Todos os testes foram realizados em triplicata. OE de X. ochrantha apresentou o D-Germacreno (17,77%), Biciclogermacreno (17,43%) e Delta-elemeno (13,89%) como componentes majoritários e a respectiva nanoemulsão com EHL de 14,22, gotícula de 74,56 nm e PDI = 0,271. Enquanto o OE de E. cinerea contém o 1,8 cineol (76,80%) como majoritário e a respectiva nanoemulsão com EHL de 12,98, gotícula de 89,19 nm e PDI de 0,278. Os OEs de X. ochrantha e E. cinerea apresentaram mortalidade frente às larvas de Ae. aegypti em todas as concentrações testadas com CL50 em 24 h de 192,5 ppm e 268,7 ppm, respectivamente. O OE de E. cinerea apresentou 100% de mortalidade em 48 h frente a ninfas de 1º instar de R. prolixus. Frente a B. glabrata, a respectiva nanoemulsão apresentou pequena mortalidade em caramujos juvenis e adultos. Nas cercarias de S. mansoni, a CL50 foi de 17,7 ppm em 1 h. O OE de X. ochrantha frente à U. dermestoides apresentou certa mortalidade em todas as concentrações testadas após 20 dias. Em larvas a CL50 da nanoemulsão foi de 0,05 μL/cm2, não sendo possível calcular em adultos. Para o OE de E. cinerea houve mortalidade de larvas e após 20 dias a CL50 foi de 100,67 μL/cm2. Em adultos, a CL50 do OE foi de 85,6 μL/cm2 em 96 h. A nanoemulsão apresentou CL50 em 24 h de 3,27 μL/cm2, enquanto a nanoemulsão de eucaliptol teve CL50 em 24 h de 2,08 μL/cm2. No bioensaio com D. peruvianus o OE de E. cinerea apresentou toxicidade com CL50 de 118,62 μL/cm2, enquanto na nanoemulsão o valor de CL50 em 20 dias foi de 0,61 μL/cm2. O método de preparo utilizado no desenvolvimento das nanoemulsões possibilitou a sua obtenção com tamanho nanométrico, baixo PDI, distribuição monomodal e aparentemente estáveis. A presente proposta é inédita, por utilizar pela primeira vez óleos essenciais e as respectivas nanoemulsões dessas espécies vegetais com resultados promissores, sugerindo uma nova ferramenta alternativa às ações conhecidas e implementadas no enfrentamento de alguns enormes desafios na atualidade.