Um Brasil inapreensível: história dos projetos da enciclopédia brasileira do Instituto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Tavares, Mariana Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14260
Resumo: As mudanças promovidas pelo Estado Novo de Getúlio Vargas alteraram, não apenas, o cenário político, mas o cultural. Neste sentido, um conjunto de instituições dedicadas a definir e preservar o patrimônio nacional foram criadas. No conjunto dessas inovações, em dezembro de 1937 foi fundado o Instituto Nacional do Livro que tinha entre uma de suas atribuições editar toda a sorte de obras raras ou preciosas para o Brasil e a função de publicar a Enciclopédia Brasileira e o Dicionário de Língua Nacional. Por existir uma carência de trabalhos dedicados a analisar e a discutir a importância dessas duas obras, é que este trabalho se propõe a fazê-lo. Ao longo das pesquisas, foram utilizados os rascunhos, anotações e planos de edição das duas obras. Perpassada por disputas políticas, alteração de diretores e comissões e mudança de concepção do nacional, a Enciclopédia e o Dicionário jamais se concretizaram no formato de uma edição. Tendo sido extintos enquanto planos de publicação no ano 1973, neste trabalho as atenções voltam-se para a análise de sua permanência enquanto um projeto a ser executado, sem que, ao menos um volume fosse editado. Observa-se com isso a ideia de uma plasticidade do texto. Para realizar esta análise foram utilizados gráficos contendo verbas para a edição de obras que comprovam a insustentabilidade do argumento de que houve carência de recursos. Por fim, defende-se que o projeto da Enciclopédia pode ser considerado um instrumento para se pensar as variadas definições da nacionalidade brasileira. Por meio das discussões que ele viabilizou, os intelectuais que acionou e, principalmente, por ser um objeto de tensão, o projeto da Enciclopédia tornou-se a metáfora de um Brasil, em larga medida, inapreensível.