Através do espelho: cotidiano e banalidade do mal em Black Mirror

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Scarcello, Daniel Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21679
Resumo: Este trabalho foca a produção seriada Black Mirror, reconhecido fenômeno cultural de público e crítica. O objetivo é discutir como a série ancora (ou não) sua narrativa na “banalidade do mal” – conceito cunhado por Hannah Arendt, mas trabalhado em nosso texto em um diálogo ampliado com outros autores -, e nas relações e cenários cotidianos. Justifica-se o percurso da pesquisa no reconhecimento do produto audiovisual como elemento potente da cultura, em especial pela admissão de estarmos vivenciando o processo de midiatização, em que a relação mídia e cotidiano nos parece estruturante do tecido social. Nesta posição, problematizar as narrativas de uma série que reverbera em expressões acionadas no cotidiano midiático, soma-se aos esforços de localizar e compreender o papel da comunicação em uma sociedade que vivencia grandes dificuldades de superar suas desigualdades sociais. Tal lugar acionou, para nós, dois caminhos que se entrelaçaram nesta investigação. Um, que buscou levantar o “estado da arte” do seriado, identificando, em especial, como a mídia, a academia e o público (com uma breve amostragem exploratória) se relacionaram com a série. E, outro, em que empreendemos a discussão sobre a banalidade do mal e cotidiano em nosso objeto de pesquisa, observado, particularmente, por sua linguagem, narrativa, hibridização de gêneros e temáticas exploradas. Tais percursos foram realizados em diálogos com Zygmunt Bauman, Susan Neiman, Nadia Diniz, Agnes Heller, Douglas Kelnner, Jonathan Crary e John B. Thompson, entre outros. Vale ressaltar que nossa metodologia é quanti-qualitativa e se estrutura em processo dialético, isto é, parte da própria série e a ela volta, o que, na dissertação, significou apresentar, em termos quantitativos, como esse “mal” está presente nas narrativas de Black Mirror, e a destacar um episódio representativo de cada uma das três chaves argumentativas que localizamos: “Smithereens”, “Black Museum” e “Manda quem pode”. Com esse percurso metodológico acreditamos ter localizado que os elementos do cotidiano diegético em Black Mirror são reforçados por escolhas narrativas e de linguagem (audiovisual) que buscam o impacto e o choque, gerando diferentes graus de representação e reflexão sobre a banalidade do mal nos episódios da série. A pesquisa nos apresentou elementos significativos do imaginário sobre Black Mirror, e como o mesmo pode ser assimilado na vida “real”, além de mostrar como a ideia da banalidade do mal é constante no seriado, sob as mais diversas formas.