Reinventando o político nas telas: gênero, memória e poder no cinema brasileiro (décadas de 1970 e 1980)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Esteves, Flávia Cópio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/246
Resumo: O cinema, como um veículo para interpretação de um contexto histórico particular, mantém estreitas relações com a conjuntura na qual é concebido e visto. O diálogo entre filmes e história é focalizado neste trabalho através dos personagens femininos de quatro produções brasileiras: S. Bernardo (Leon Hirszman, 1972); Lição de amor (Eduardo Escorel, 1975); Parahyba mulher macho (Tizuka Yamasaki, 1983) and Eternamente Pagu (Norma Bengell, 1988). Esta pesquisa tenta compreender uma proposta de cinema político que leva às telas mulheres expressivas como protagonistas ou personagens essenciais na narrativa — elas se convertem em instrumentos para se questionar aspectos do poder que extrapolam a política institucional. Tais filmes pertencem a um contexto no qual as artes no Brasil enfrentam os efeitos de um governo ditatorial, como a censura e a repressão política, além do crescimento de uma indústria cultural. Cabe aqui discutir se a opção por observar aspectos subjetivos e relações pessoais, em cada uma das produções analisadas, acaba por produzir uma concepção distinta de política e de um cinema que busca a crítica social. Para além de elementos que sugerem aceitação do mercado cinematográfico e as limitações do contexto político, tais personagens femininas, apropriadas de décadas anteriores na história do Brasil, expressam certo olhar questionador sobre relações familiares, pessoais ou amorosas, ou mesmo sobre os papéis femininos na sociedade. Relações sociais cotidianas e conflitos subjetivos compõem, através das personagens femininas, um espaço para a análise do poder em suas múltiplas dimensões — em outras palavras, concebendo e vivenciando o privado como político