Estudo de resíduos similares aos de tiros em fogos de artifício

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Novaes, Claudio Godinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26828
Resumo: Para fins de identificação específica, os resíduos característicos de tiros, produzidos por armas que usam munição convencional (em inglês gunshot residues – GSR), são partículas que contêm conjuntamente os elementos chumbo, bário e antimônio e possuem morfologia esferoidal. Ao se atirar com uma arma de fogo, grandes quantidades de resíduos de tiro (GSR) são produzidas e expelidas pelo cano, por folgas e aberturas existentes na arma. Cada arma de fogo apresenta um padrão típico de espalhamento de resíduos decorrente de sua forma construtiva. Assim, um revólver, de um modo geral, expelirá quantidades e padrões de GSR diversos de uma pistola ou de um fuzil. O atirador, a vítima, o local e aqueles que estão próximos do tiro podem ser impregnados de diferentes formas pelos resíduos e a identificação desses resíduos possibilita relacionar um suspeito com o local do crime. Os órgãos periciais no Brasil, na sua maioria, utilizam análises colorimétricas na busca de resíduos de tiro em suspeitos de atirarem com armas de fogo, entretanto, tais análises se limitam a identificar a presença de chumbo, bário e antimônio, sendo insuficientes para diferenciar se esses elementos se originaram de um tiro ou das fontes ambientais e laborais. Tais limitações os tornam ultrapassados por técnica mais adequada, ou seja, a utilização de Microscópio Eletrônico de Varredura acoplado com Espectrômetro de Energia Dispersiva de Raios X (EDS), onde não só a natureza das partículas, mas também a sua morfologia poderá ser identificada. Fogos de artifício, freios automotivos, air­bags e até mesmo isqueiros foram identificados como fontes de partículas com composições químicas que poderiam, eventualmente, serem confundidas com partículas de GSR. O presente trabalho coletou resíduos de fogos de artifício em locais de festividades do Réveillon de 2013/2014, em fogos de artifício explodidos de forma concentrada e em resíduos de tiros. As amostras foram analisadas no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) com Espectrômetro de Energia Dispersiva de Raios X (EDS), do Laboratório Multiusuário de Microscopia Eletrônica da Universidade Federal Fluminense (LMME/UFF). Utilizando­se dois critérios internacionais de classificação de resíduos de tiros foram identificadas partículas características e consistentes nas amostras coletadas nas mãos de atirador e partículas consistentes com tiros em resíduos de fogos de artifício, tanto da coleta realizada no Réveillon quanto da coleta concentrada. A semelhança entre as partículas restou comprovada e torna­se premente a necessidade de aprofundamento dos estudos para criação de um critério de identificação de resíduos de tiro provenientes de munições nacionais.