O método da crítica da economia política de Marx e a interpretação de Lukács em História e consciência de classe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Paulo, Sávio Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27149
Resumo: Esta dissertação busca apresentar a interpretação do método da crítica da Economia Política de Karl Marx realizada por György Lukács, em História e consciência de classe (HCC). A partir da investigação das teses desenvolvidas pelo jovem Lukács, do contexto histórico de sua publicação e das interpretações que surgiram embasadas na obra do autor magiar, foi possível compreender seu posicionamento político, assim como o teor das críticas contidas em HCC. Um dos principais referentes críticos do jovem Lukács foi Friedrich Engels. Em sua juventude, Lukács discorda da formulação de Engels, autor que procurou compreender a natureza a partir do método dialético. Essa crítica se relaciona diretamente com os problemas da Segunda Internacional assinalados por Lukács, visto que os autores desta tradição utilizaram das teses de Engels para validar argumentos com forte teor economicista. Contra essa perspectiva, Lukács expõe uma primorosa compreensão sobre a totalidade – aspecto essencial da teoria de Marx que passa a ocupar papel central nas investigações realizadas pelo húngaro. Outro determinante essencial da teoria de Marx que foi resgatado do esquecimento pelo jovem Lukács é o da reificação. Neste particular, por mais que as elaborações de HCC contenham desvios fundamentais em relação às teses de Marx – que se devem sobretudo pela incorporação de elementos absolutamente hegelianos –, destaca-se o fato de que o resgate metodológico realizado na juventude de Lukács representou um necessário e importante marco para a compreensão desta categoria no interior do marxismo. O que se percebe é que os preconceitos hegelianos apresentados em sua obra da juventude são diluídos em sua obra da maturidade. Na Ontologia do ser social, Lukács realiza uma brilhante fundamentação das determinações da dialética, que haviam sido formuladas gnosiologicamente por Hegel. Este procedimento, além de suscitar numa esclarecedora autocrítica às formulações da juventude, revela-se essencial para a compreensão de Lukács sobre a especificidade dos movimentos dialéticos nas distintas esferas da realidade, permitindo que o autor reformule sua compreensão sobre a dialética da natureza, através de uma exposição das virtudes e dos problemas da concepção engelsiana. Portanto, o que se torna inequívoco é a magnitude e a pertinência das elaborações desenvolvidas por Lukács ao longo de sua extensa trajetória teórica e prática. O que se torna patente é a autêntica preocupação e o compromisso de Lukács com o método de Marx, de modo que as formulações do autor certamente desempenham papel fundamental contra as diversas versões vulgarizadoras do pensamento marxiano.