Avaliação morfológica segmentar do ureter suíno e bovino para uso como enxerto vascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Táboas, Júlia Galian Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35089
Resumo: Introdução: Enxertos vasculares são próteses utilizadas em casos de traumas por acidentes, de oclusão de vasos sanguíneos e como acesso vascular viável para hemodiálises. Apesar de os enxertos autólogos serem a primeira escolha, eles provocam maior dano tecidual e não são viáveis em determinados pacientes. Os enxertos sintéticos são outra alternativa e estão disponíveis comercialmente, apesar de revelarem maior taxa de infecção relatada. Neste sentido, os xenoenxertos se mostram como uma opção. Os ureteres de bovino e de suíno são modelos disponíveis com possibilidade de produção em larga escala e similaridade anatômica aos vasos sanguíneos, apesar das ressalvas quanto ao estímulo de resposta imunológica no receptor. Uma alternativa para solucionar este problema seriam as próteses xenogênicas, que podem ser submetidas a técnicas de preparo de tecidos desenvolvidas pela bioengenharia tecidual, como a descelularização, com o objetivo de redução de potencial antigênico. Neste processo, ocorre a construção de uma plataforma de direcionamento de crescimento celular, formada por matriz extracelular (scaffold). Nesse sentido, a estrutura histológica de diferentes tecidos influencia no desenvolvimento de tecidos descelularizados, tais como: o músculo liso, responsável por formar sítios de adesão; as fibras colágenas, base de sustentação e em maior quantidade ajudam na sustentação do enxerto; e o tecido epitelial, um resíduo celular, que representa obstáculo a ser vencido pelos processos de descelularização. Objetivo: Comparar histologicamente os diferentes segmentos do ureter de suíno e de bovino de forma interespecífica e intraespecífica, visando escolher um modelo de xenoenxerto vascular ideal a partir de suas características histológicas. Metodologia: Neste estudo foram utilizados 15 animais adultos da espécie suína e 13 animais da espécie bovina, coletados na linha de abate do Frigorífico Fripai, localizado em Juiz de Fora, MG. Os ureteres esquerdos de ambas as espécies foram usados, sendo que cada ureter foi dividido em três segmentos: cranial, médio e caudal. Segmentos de 2 cm foram retirados da porção mediana de cada um destes segmentos e processados de acordo com a técnica histológica de rotina. Os cortes foram corados pela HE para averiguação da integridade tecidual, pelo Tricrômico de Masson para visualização do músculo e colágeno e pela fucsinaresorcina de Weigert para visualização das fibras elásticas. Para a marcação do músculo liso foi realizada a técnica de imuno-histoquímica para alfa-actina. Resultados e discussão: A análise estatística intraespecífica revelou diferença significativa (p<0,05) na espécie suína, sendo o segmento cranial aquele que apresentou maior área de colágeno (p= 0,0220) e de epitélio (p=0,0036). A comparação interespecífica revelou que todos os segmentos de ureteres de bovinos apresentaram mais fibras colágenas (cranial, p= 0,0025; médio, p= 0,0124; caudal, p=0,0498), enquanto os ureteres de suínos mostraram maior área de tecido epitelial em todos os segmentos (os três segmentos com p< 0,0001). Conclusão: O ureter de bovino revelou morfologia favorável para ser usado como xenoenxerto vascular devido à homogeneidade de sua parede e maior área de fibras colágenas nos três segmentos, características que auxiliam na resistência de um enxerto vascular. Na comparação intraespecífica, o ureter de suíno apresentou segmento cranial com maior quantitativo de fibras colágenas, mas uma maior área de tecido epitelial, o que pode funcionar como resíduo celular na formação de scaffolds.