Detecção de disfunção autonômica em pacientes em hemodiálise utilizando o teste ergométrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carreira, Maria Angela Magalhães de Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FFR
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9185
Resumo: Disfunção autonômica (DA) está frequentemente presente em pacientes em programa de hemodiálise (HD) e tem sido associada ao maior risco de mortalidade cardiovascular nesta população. O comportamento da frequência cardíaca (FC) no teste ergométrico (TE) tem sido utilizado na avaliação da função autonômica. Objetivos. Estabelecer a frequência de alterações autonômicas durante o TE em pacientes em HD em comparação a um grupo controle e correlacionar os resultados com a variabilidade da FC (VFC) ao Holter e com a presença de microinflamação. Métodos. Estudo transversal comparativo em hemodialisados e um grupo controle pareado por gênero e idade sem doença renal declarada. O protocolo consistiu de: avaliação clínica, coleta de sangue, ecocardiograma, TE e Holter. O TE foi realizado em esteira pelo protocolo de rampa, sintoma-limitado, com recuperação ativa e determinação de VFC ao esforço e recuperação. Resultados. Um total de 41 hemodialisados e 41 controles concluiu o estudo. O grupo HD apresentou maiores níveis de proteína C-reativa (PCR) (1,02±1,20 vs. 0,47±0,007 mg/dL; p=0,010) e maior beta 2-microglobulina, beta2, (27,9±8,1 vs. 1,5±0,5 mg/dL; p<0,001) do que controles. Os parâmetros mais discriminativos ao TE foram (HD vs. controle, média ± DP): índice cronotrópico (IC) 57,5±19,1 vs. 89,1±12,1%, p<0,001; FC recuperação (FCR) 1ºmin 11,9±9,1 vs. 19,4±8,6bpm, p<0,001; FCR 2ºmin 21,3±12,3 vs. 33,9±10,5bpm, p< 0,001; FCR 3ºmin 33,8±21,3 vs. 53,3±18,0bpm, p<0,001; FCR 4º min 38,3±21,9 vs. 58,0±15,7bpm, p<0,001; FCR 5ºmin 40,8±21,3 vs. 60,3±14,4bpm, p<0,001; índice FC/FCR 0,80±0,19 vs. 0,69±0,18, p=0,008; QTc pico 419,5±22,2 vs. 403,8±21,6ms, p=0,006; SDNN exercício 33,7 ± 14,2 vs. 50,0 ± 21,8ms, p<0,001; e SDNN recuperação 20,1±9,8 vs. 27,3±17,4ms, p=0,024. A frequência de parâmetros anormais ao TE foi (HD vs. controle, %): IC 80,54 vs. 12,2, OR=29,7 (p<0,001); FCR 1ºmin 56,1 vs. 7,3, OR=17,1 (p<0,001); FCR 2ºmin 56,1 vs. 12,2, OR=9,7 (p<0,001); índice FC/FCR 85,4 vs. 53,7, OR=2,6 (p=0,045); e SDNN exercício 89,5 vs. 56,1, OR=6,7 (p=0,002). Os parâmetros IC, FCR 1ºmin e SDNN exercício foram usados para compor um escore no qual 83% dos pacientes em HD teve 2 ou 3 testes anormais enquanto 81% dos controles teve 0 ou 1. HD foi independentemente associada com IC e escore de DA ≥2 em todos os modelos de regressão logística testados. Houve correlação entre os seguintes parâmetros do TE e a VFC ao Holter: IC, FCR 2ºmin, índice FC/FCR, SDNN exercício e rMSSD recuperação. A PCR se correlacionou com: FCR 1ºmin, FCR 2ºmin, índice FC/FCR e SDNN exercício; a beta2, com a FCR 4ºmin e FCR 5ºmin. Conclusão. O TE foi seguro e útil para diagnosticar a DA em pacientes em HD identificando casos positivos com maior frequência do que os outros testes estudados. A associação com o Holter e a inflamação sugere que as alterações encontradas podem de fato refletir DA