Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Emerson Moraes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37537
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Resumo: |
Esta pesquisa objetivou discutir e analisar o desenvolvimento e/ou a manutenção do gênero da atividade profissional entre os profissionais da pesquisa em uma organização pública federal de pesquisa em saúde e segurança dos trabalhadores. Para tal, tomaram-se os referenciais teórico-metodológicos disponíveis na Clínica da Atividade e na Análise Institucional. Colocaram-se em cena elementos constitutivos de uma experiência significativa vivida. A trajetória experimentada por um grupo de profissionais da pesquisa, do qual o autor desta tese é integrante, é dotada de inquietação e questionamentos aos modos vigentes de desenvolvimento do trabalho. O desejo de mudar as regras que faziam o trabalho (des)funcionar exigiu postura ativa e articulada desses trabalhadores, esforços mútuos para o pensar e criar outros caminhos no trabalhar. Essa processualidade do trabalho, oxigenada pela introdução dos movimentos instituintes forjados dialogicamente pelos profissionais da pesquisa, produziu cotidianamente novas posturas no trabalho, fazendo-os chegar à experiência significativa de organização do I Congresso Técnico-Científico, que, à luz da Análise Institucional, tomou-se como o Analisador da pesquisa que conduziu o processo de análise. Este consiste no acontecimento que possibilitou a análise da atividade de organização do Congresso. O caso em tela é apresentado dentro de um cenário em que campos distintos como Saúde do Trabalhador e Saúde Ocupacional, ambos voltados aos estudos da saúde e segurança dos trabalhadores, coexistem em meio a contradições, disputas e atuações concorrentes – que, no discurso público, sustentam duas políticas não efetivas à melhoria das condições de vida e trabalho nos ambientes laborais. O caminho metodológico escolhido convocou três instrumentos: entrevistas individuais, entrevista grupal (roda de conversa) e diário de campo. As entrevistas individuais consistiram em encontros potentes entre o pesquisador e cada participante, possibilitaram conversas sobre a pesquisa em tela bem como permitiram rememorar as experiências vividas ao longo do processo que se iniciou com as inquietações e os enfrentamentos dos trabalhadores e que culminou na construção gradativa do coletivo de trabalhadores. A entrevista coletiva deu-se em forma de roda de conversa, tomando-se como disparadores os enunciados produzidos anteriormente nos encontros individuais. Em ambos os encontros, a análise coletiva do trabalho ganhou fôlego, pois o modo adotado de fazer pesquisa filia-se à pesquisa-intervenção, à não neutralidade do pesquisador e à potência das suas interferências e implicações com o campo pesquisado. O diário de campo ajuda-nos a registrar o diálogo interior do pesquisador, as memórias, suas relações com o campo e os dados factuais. A experiência de organização do Congresso, tomada como Analisador e acompanhada pelos referenciais da Clínica da Atividade, exigiu que os trabalhadores colocassem luz em uma situação de trabalho em que características habituais ficaram mais condensadas e mais visíveis, um dispositivo que amplifica as características habituais do trabalho. O grupo se viu obrigado a tentar lidar com práticas recorrentes do dia a dia. A pesquisa mostrou que, por meio da formação de coletivos de trabalhadores, foi possível e fecunda a ampliação do poder de agir em uma organização de pesquisa em Saúde e Segurança no Trabalho que produzia práticas de isolamento, não coletividade e inibição dialógica com contradições importantes. Há possibilidade real de enfrentar os impedimentos ao trabalho apostando em estratégias e ações micropolíticas no plano dos processos de produção de outras realidades. O poder de agir amplificado no coletivo possibilitou ultrapassar a norma momentânea, tolerar infrações à norma habitual e instituir novas normas em situações novas. Nisso, residiram a criação de outro gênero da atividade profissional, a produção de saúde dos trabalhadores, o trabalho bem-feito. |