Novos híbridos cumarínicos como protótipos para terapia de carcinoma de Células escamosas de boca: caracterização de atividade biológica e molecular e implicação da via de PKM2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Ouverney, Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36163
Resumo: O câncer é uma enfermidade classificada como uma das principais causas de morte no mundo. O carcinoma de células escamosas de boca (CCEB) compreende aproximadamente 90% dos casos de câncer oral no mundo e se apresenta como um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. As opções de escolha para o tratamento podem causar perda de função e efeitos adversos intensos, por conta disso, o desenvolvimento de novos tratamentos se põem em um cenário de destaque. Uma alternativa é a busca de novas substâncias ativas contra as células tumorais através da síntese de híbridos utilizando moléculas de origem natural e sintética. As cumarinas e as naftoquinonas são moléculas de origem natural com atividade anticâncer previamente descrita que podem ser associadas com outras moléculas para o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos. Essa associação pode ser feita com o triazol, um composto orgânico de origem sintética que pode estar presente em diversas substâncias que apresentam atividades biológicas relevantes. Para este trabalho, foram sintetizados uma série de doze híbridos cumarínicos associados a triazol, dos quais alguns contém porções naftoquinônicas que foram avaliados em relação às suas propriedades antiproliferativas in vitro por ensaio de viabilidade por MTT utilizando linhagens de CCEB SCC9, SCC4 e SCC25 e fibroblastos gengivais normais humanos de cultura primária, além da investigação dos possíveis mecanismos de morte induzida pelos híbridos analisando a produção de peróxido de hidrogênio, potenciais vias de morte enolvidas, bem como a avaliação da interferência desses híbridos na via de piruvato quinase M2 (PKM2) in vitro acessada por meio da avaliação da atividade de PKM2 acoplada a lactato desidrogenase e produção de ATP. Além disso foi realizado ensaio de toxicidade aguda in vivo utilizando camundongos C57BL/6. Das substâncias testadas neste trabalho, as substâncias 7i e 7j se destacaram por exercerem efeito citotóxico contra as linhagens de CCEB de maneira seletiva com índices de seletividade igual a 2,87 e 2,18, respectivamente, associado a baixa capacidade hemolítica. Além disso, 7i e 7j induziram aumento significativo na produção de espécies reativas de oxigênio, sendo maior para 7j. A utilização de inibidores de morte celular para apoptose (ZVAD-FMK) e autofagia (3-metiladenina) levaram a citoproteção em células tratadas com 7j. Dentre as duas substâncias mais seletivas, 7j teve mecanismos de ação mais bem definidos o que a levou para as caracterizações seguintes, como investigação da ativação de caspases efetoras 3 e 7 que resultou em aumento de duas vezes na ativação, assim como análise por citometria de fluxo de população sub-G1 e de ciclo celular, que indicaram aumento cerca de 5 vezes na fragmentação de DNA e parada do ciclo na fase S. Adicionalmente, 7j parece inibir diretamente PKM2 nas condições testadas. Nos testes com camundongos, 7j foi tolerável em concentrações até 400 mg/kg. Este trabalho indica um novo híbrido cumarínico, 7j, como uma molécula promissora, seletiva, com perfil pró-apoptótico e pró-oxidante, com potencial para desenvolvido de inibidores de PKM2 que exibe baixa toxicidade in vivo.