Efeito da estimulação tetânica prévia à sequência de quatro estímulos sobre o tempo de estabilização da resposta muscular com bloqueio neuromuscular com rocurônio em pacientes com idade entre 60 e 80 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Ribeiro, Angela Henrique Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36838
Resumo: Introdução: As diretrizes para boas práticas de pesquisa clínica em estudos farmacodinâmicos de novos fármacos bloqueadores neuromusculares recomendam que a resposta muscular ao estímulo elétrico seja estabilizada para uma interpretação confiável e precisa dos dados. Entretanto, pode demorar até 20 minutos para que se obtenha uma resposta estável, tempo muito longo na prática clínica. Para encurtar o período de estabilização, foi recomendado aplicar uma estimulação tetânica de 50 Hz antes da calibração do monitor em pacientes adultos. O estímulo tetânico para a estabilização da resposta muscular nunca foi estudado na faixa etária de 60 a 80 anos. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi determinar o tempo de estabilização da resposta muscular e os parâmetros farmacodinâmicos do bloqueio neuromuscular do agente bloqueador (rocurônio), com o uso da estimulação tetânica em pacientes entre 60 e 80 anos. Os objetivos secundários foram determinar o início da ação do agente bloqueador neuromuscular (rocurônio), duração clínica, tempo de duração farmacológica do agente bloqueador neuromuscular, tempo para duas respostas à sequência de quatro estímulos, as alturas da primeira contração (T1) inicial e final e a recuperação do bloqueio neuromuscular. Métodos: Cinquenta pacientes com idade entre 60 e 80 anos, estado físico ASA I a III, submetidos à anestesia geral venosa total com remifentanil e propofol para a realização de cirurgia eletiva, foram monitorizados com monitor TOF-Watch® SX para a avaliação de atividade muscular. Os participantes foram divididos em dois grupos; um grupo que foi submetido à estimulação tetânica para a estabilização da primeira contração muscular antes da injeção do agente bloqueador neuromuscular (rocurônio) e outro que não recebeu a estimulação tetânica. Resultados: Verificou-se que não houve diferença entre os grupos no tempo de estabilização da primeira resposta muscular à estimulação tetânica (Grupo Controle: 5,8 [2,0-10,5] min; Grupo Tétano: 4,3 [2,0-8,0] min; p = 0,202) ou tempo de início do rocurônio (Grupo Controle: 2,2 [±1,0] min; Grupo Tétano: 1,9 [±0,7] min; p = 0,219). Não houve diferença significativa entre os valores iniciais (Grupo Controle: 94,1 [±6,8]; Grupo Tétano: 93,8 [±11,8]; p = 0,978) e finais da altura T1 (Grupo Controle: 98,8 [±20,4]; Grupo Tétano: 98,9 [±24,5]; p = 0,886). Os grupos não diferiram no tempo de ressurgimento de duas respostas à sequência de quatro estímulos (Grupo Controle: 51,4 [±16,3] min; Grupo Tétano: 60,2 [±24,0] min; p = 0,213), duração clínica (Grupo Controle: 57,5 [±20,4] min; Grupo Tétano: 65,9 [±23,9] min; p = 0,300), tempo de ressurgimento de T1 de 75% (Grupo Controle: 82,6 [±31,1] min; Grupo Tétano: 90,7 [±36,3] min; p = 0,629), ou tempos de recuperação do bloqueio neuromuscular à sequência de quatro estímulos normalizada de 70% (Grupo Controle: 91,7 [±27,5] min; Grupo Tétano: 106,1 [±37,2] min; p = 0,295), sequência de quatro estímulos de 80% (Grupo Controle: 97,8 [±28,9] min; Grupo Tétano: 114,3 [±40,1] min; p = 0,225), sequência de quatro estímulos de 90% (Grupo Controle: 106,9 [±30, 6] min; Grupo Tétano: 126,5 [±44,0] min; p = 0,153), e sequência de quatro estímulos de 100% (Grupo Controle: 123,8 [±43,5] min; Grupo Tétano: 138,3 [±43,4]min; p = 0,425). Conclusão: A estimulação tetânica não encurtou o tempo de estabilização da resposta muscular, não alterou o início da ação do rocurônio, a duração clínica do rocurônio, o tempo para atingir TOF 90% e 100% (recuperação) nem os demais parâmetros de recuperação na SQE em pacientes entre 60 e 80 anos de idade.