Do cartão postal às margens do turismo: disputas simbólicas na cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Fernanda Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/32944
Resumo: Ao observar as práticas de turismo recentes da cidade do Rio de Janeiro, empresas e guias de turismo vem buscando extrapolar o Rio do cartão postal, apresentando espaços para além dos limites dos perímetros turísticos estabelecidos, fora das rotas convencionais, ou ainda nas margens do turismo (Gravari-Barbas, 2017). O objetivo deste trabalho foi compreender as práticas de turismo que se processam nas margens, no contraponto ao cartão postal, ou seja, o que se produz em territórios outros que não aqueles consagrados na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, selecionamos quatro empresas para estudos de caso, a saber: Guiadas Urbanas, Providência Turismo/Rolé dos Faveladxs, Sou + Carioca e Tour Delas. Assim, fizemos visitas a campo realizando roteiros turísticos previamente definidos na condição de pesquisadora-turista com o objetivo de identificar espaços e pontos de interesse dos roteiros, bem como descrever as respectivas narrativas sobre a cidade e a história da cidade. Foram realizadas seis entrevistas com gestores e guias de turismo centrando em suas atuações fora do eixo turístico tradicional, além de quarenta e duas entrevistas com participantes a fim de conhecer suas motivações e percepções sobre os espaços visitados. Por meio destas práticas, nesta disputa simbólica, as empresas e guias de turismo lançam luz sobre um Rio mais diversificado e múltiplo (Massey, 2008) na medida em que colocam em perspectiva narrativas faveladas, suburbanas, negras, indígenas e femininas. Neste processo, diante dos locais visitados e suas respectivas histórias e narrativas, há uma aproximação dos participantes junto ao espaço. Nota-se também um estranhamento sobre as representações hegemônicas da cidade do Rio de Janeiro, sobre o senso comum e a normatividade e, desta forma, um deslocamento da imagem do cartão postal para espaços outros da cidade. Tais aspectos revelam um caráter pedagógico dessas práticas de turismo, possibilitando novas percepções destes sujeitos sobre si, sobre o outro e sobre o espaço.