A EDUCAÇÃO DOS TRABALHADORES EM MATO GROSSO NO TEMPO DO AGRONEGÓCIO: CONTRADIÇÕES E PERSEPCTIVAS NO CAPITALISMO PERIFÉRICO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Arruda, Elismar Bezerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15784
Resumo: Este estudo tem como objeto a educação dos trabalhadores mato-grossenses no tempo em que o Agronegócio se desenvolve com supremacia na economia e na política de Mato Grosso. Por conceber a educação como um fenômeno que não se explica per si, o estudo abrange a história da formação social caracterizada pelo Agronegócio e o contexto no qual este se faz hegemônico. Assim, procurou-se reconstruir a gênese dessa hegemonia, como se estruturou e por quais meios; que finalidades anunciava e qual, efetivamente, buscou realizar; quem dominou, quem governou, e para quem, esse processo; que “papéis” foram desempenhados pelo Estado e os governos nessa construção econômico-social; qual o protagonismo dos que vivem do próprio trabalho e que “lugar” lhes foi reservado nessa sociedade. Estas foram questões que orientaram as investigações e as análises desenvolvidas nos quatro primeiros capítulos, dos seis que constituem este trabalho, no sentido de caracterizar o processo econômico-social mato-grossense que produziu o Agronegócio e seus reflexos na educação dos trabalhadores; de forma que, os dois últimos capítulos, são dedicados às análises e interpretações da situação da educação das massas trabalhadoras e suas perspectivas, decorrentes dos interesses antagônicos e respectivos protagonismos de empresários e trabalhadores. A realidade mato-grossense é, como todas as realidades, complexa. Por isso afirma-se aqui que se trata de um mundo conjugado organicamente a tantos outros mundos, que um olhar apressado, de forma ligeira e razia, não alcança enxergar em sua essência. Utilizaram-se, então, “instrumentos” teórico-metodológicos capazes de dar ao olhar a capacidade para entranhar-se nesse real de forma a esbugalha-lo e fazer emergirem seus elementos essenciais. Esse “instrumental” está fundamentado na teoria marxiana e no seu desenvolvimento, pelas atividades teórico-práticas de seus continuadores: marxistas clássicos como: Antonio Gramsci e Florestan Fernandes; mas, também, por intelectuais que elaboram novas sínteses marxistas à luz da complexidade capitalista hodierna e, principalmente, referenciados nas lutas, movimentos e organizações das massas trabalhadoras de todo o mundo. Desse modo, toma-se e se busca analisar o problema educacional dos trabalhadores mato-grossenses como um elemento da realidade orgânica estadual; uma realidade historicamente determinada conforme as especificidades econômico-sociais do processo capitalista de produção que, em Mato Grosso, tem a terra, a propriedade privada da terra, como elemento estratégico para a sua estruturação e desenvolvimento. Daí se verificar, desde o início, que um dos atos educativos fundamentais da ordem capitalista, nestas terras, foi sedimentar, pela força e pelo convencimento, a concepção de que nenhuma outra forma de propriedade era legítima – senão a imposta pela classe proprietária: a que expropriou a todos e criou as condições para essa expropriação seguir se materializando, legalmente, conforme a lógica do capital. Assim, busca-se compreender e explicitar a natureza da educação-escolar das massas trabalhadoras mato-grossenses, face à natureza econômica do Agronegócio e, por suas contradições, as possibilidades do processo educacional que se desenvolve na Escola Pública para a construção hegemônica dos trabalhadores. Afigura-se como contradição insanável a finalidade político-pedagógica da Escola Pública face ao que exige o mercado e o que indica como necessidade inegociável para a autonomização dos trabalhadores, as lutas, movimentos e organizações autônomas dos trabalhadores.