Contra-hegemonia e mídias sociais: um estudo de caso da campanha “Primavera Carioca”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Toledo, Penélope Thaís da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3831
Resumo: A sociedade é um palco permanente de disputa pela hegemonia das ideias, como condição para a conquista e o exercício do poder. Nela, as forças hegemônicas brigam para consolidar o seu domínio, enquanto as contra-hegemônicas brigam para conquista-lo, sendo aqui hegemonia entendida como uma forma de dominação por meio do consenso, não da força física. A disputa pelas ideias ganha impulso durante os processos eleitorais, momento em que se multiplicam as discussões políticas e em que as pessoas são levadas a pensar nas questões da sociedade, já que têm que escolher os seus candidatos e projetos. Para isso são utilizados diversos instrumentos e canais, físicos e virtuais, neste último caso se destacando, por sua popularidade e por características como horizontalidade e interatividade, as mídias sociais. Como a disputa pela hegemonia é constante, entretanto, a circulação das ideias nestas interfaces colaborativas transcende o período eleitoral e precisa ser profundamente estudada e compreendida para possibilitar intervenções conscientes e inseridas dentro de um planejamento político-estratégico maior. Este estudo investiga e analisa as mídias sociais enquanto canal de circulação das ideias contra-hegemônicas. Para tanto, parte do estudo de caso da campanha “Primavera Carioca” nas referidas interfaces, nome com que ficou conhecida a candidatura de Marcelo Freixo (PSOL) à prefeitura do Rio de Janeiro em 2012. O que se pretende com o estudo de caso é, partindo do evento específico, compreender o contexto geral, por meio de analogias e da ampliação das situações observadas. Em geral, a pesquisa objetiva compreender como as mídias sociais atuam enquanto canais para a circulação permanente das ideias contra-hegemônicas, abrangendo as suas potencialidades, limitações e impactos. Também tem como objetivos analisar o uso destas interfaces como instrumento de campanhas eleitorais e de ações políticas como um todo, e examinar a sua utilização em eleições como um meio para a promoção do debate público. Trata-se de uma análise descritiva e com argumento indutivo, que tem como tipologia de pesquisa um estudo de caso. A partir das observações do objeto estudado é feito o cruzamento, de forma analítica e reflexiva, das informações e dos dados levantados na pesquisa bibliográfica, documental e audiovisual, bem como nas entrevistas. São entrevistados o coordenador da campanha nas mídias sociais e o organizador do movimento “Nada deve parecer impossível de mudar”. É uma pesquisa multidisciplinar, que mescla 8 diversos campos do conhecimento e tem as suas principais abordagens na política geral, nas eleições, na comunicação social, nas mídias digitais, nas mídias sociais e no uso político destas interfaces. As principais referências teóricas são os pensamentos e as obras dos seguintes autores: Antonio Gramsci, Vladmir Lênin, Karl Marx, Paulo Freire, Jesus Martín-Barbero, Armand Mattelart, Agnes Heller, Dênis de Moraes, Albino Rubim, Wilson Gomes, Raquel Recuero e Pierre Lévy. Também são largamente utilizados na pesquisa os estudiosos que desenvolvem as ideias ou dialogam com os teóricos referenciais, como Carlos Nelson Coutinho e Hugues Portelli; que se contrapõem às suas ideias, como Dominique Wolton e Paul Virilio; e outros, cujos trabalhos contribuem para a construção da pesquisa. A bibliografia recente, relativamente escassa dos assuntos referentes às mídias digitais e sociais e sem comprovação científica a longo prazo é uma das dificuldades na realização da pesquisa, tal qual a velocidade com que as mudanças das tecnologias digitais acontecem, sempre gerando fatos novos.