Geomorfologia dos depósitos eólicos formados por ventos bidirecionais em barreiras holocênicas: exemplo da Praia da Massambaba, litoral sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Coutinho, Ivandro Patrick de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28031
Resumo: As barreiras costeiras são exemplos de ambientes deposicionais tipicamente ajustadas a costas dominadas por ondas. Neste tipo de feição, não raramente, se desenvolvem dunas frontais, como resultado da fixação de sedimentos arenosos por efeito da remoção desses mesmos sedimentos, normalmente oriundos da praia e fixados pela vegetação, alterando a morfologia da barreira. Desta maneira, a ação combinada envolvendo a vegetação e o vento permitem a formação de uma série de diferentes tipos de dunas, identificadas por particularidades morfológicas, como nebkhas, parabólicas ou mesmo apenas cristas de acumulação paralelas em relação a linha de costa. Além dos diferentes padrões morfológicos observados, as dunas frontais apresentam diferenças em termos de densidade, com padrões mais esparsos e composta por uma vegetação reptante proximais à praia, identificadas por dunas frontais incipientes e mais lenhosas quando observadas para o interior, descritas por dunas frontais estabelecidas. Em condições de ventos descendentes, soprados em rajadas, ocorrem alterações morfológicas associadas a cortes eólicos (blowouts). Os rápidos movimentos descendentes removem parcialmente a vegetação, expondo a superfície sedimentar para a ação do vento. Neste estudo, o objetivo principal foi identificar detalhadamente o desenvolvimento de diferentes formas eólicas, distribuídas ao longo da praia da Massambaba, a partir de dados geomorfológicos de alta resolução, obtidos por fotografias digitais obtidas a partir de veículos aéreos não tripulados, comparativamente à distribuição da densidade vegetacional, descritas por sensoriamento remoto, comparados com forçantes hidrodinâmicos e aerodinâmicos bidirecionais. No litoral do estado do Rio de Janeiro, barreiras costeiras com desenvolvimento de dunas frontais são particularmente identificadas entre a ilha do Cabo Frio e a lagoa de Saquarema, conhecida como a praia da Massambaba, que se estende por aproximadamente 50 km. A Massambaba apresenta um alinhamento leste-oeste e está exposta a ventos preferenciais do quadrante NE, que atuam no sentido continente-oceano, assim como ondas de tempestades do quadrante sul, formadas por ventos do quadrante SW, atingem a praia com direção mar para a terra. Os resultados mostraram que a Massambaba apresenta um decréscimo da densidade vegetacional quando se observa a distribuição percentual entre áreas expostas e áreas vegetadas, entre o oeste e o leste da praia. O decréscimo da cobertura vegetal foi atribuído a diferentes condições climato-meteorológicas (ondas e ventos) e fisiográficas. Em função do aumento das áreas expostas, diferentes padrões eólicos foram identificados em correlação não somente com a ação bidirecional do vento, mas também associadas com processos hidrodinâmicos. As análises realizadas só foram possíveis pela utilização de ferramentas computacionais que geram modelos digitais de elevação, a partir de fotografias aéreas obtidas por aeronaves remotamente pilotadas.