Os gêneros nos livros didáticos de português: concepção discursiva ou textual?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Alves, Sione Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/2943
Resumo: O presente trabalho investiga as concepções (discursiva e textual) dos gêneros que embasam um importante recurso utilizado no contexto escolar – o Livro Didático de Português (LDP), a partir da fundamentação teórica apresentada no Manual do Professor (MP) e analisando as atividades que contemplam os eixos de leitura e produção textual, referentes ao 9º ano de escolaridade, de duas coleções aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático – 2014 (PNLD – 2014), a saber: Português: Linguagens, de Cereja e Magalhães, e Tecendo Linguagens, de Oliveira et al. O objetivo consiste em reconhecer se as atividades se apoiam de fato em alguma(s) vertente(s) dos estudos de gêneros. Em caso afirmativo, qual (quais) predomina(m)? O arcabouço teórico desta dissertação é formado pela perspectiva dialógica de gêneros, de Bakhtin (1992, 2006 e 2011), vinculado à vertente discursiva. No entanto, devido às concepções sobre gêneros que circulam no contexto escolar, tornou-se necessária uma revisão da literatura dos estudos de Marcuschi (2008 e 2010), que possuem direcionamento para a vertente textual; e os de Schneuwly e Dolz (2004), que mesclam ambas concepções. Embora todos os estudos sobre gêneros tenham Bakhtin como referência, cada vertente possui encaminhamento, apreciações valorativas e tratamento didático que lhe são peculiares, sendo, portanto, relevantes para a compreensão do tratamento dos gêneros nos LDP. Nosso critério de escolha das atividades aqui analisadas tem a ver com sua relevância para nossa investigação, que possui natureza descritiva e interpretativista. Nossos resultados incluem a percepção que as atividades de leitura e produção textual do quarto volume, da Coleção Português: Linguagens, não satisfazem os princípios de nenhuma das vertentes dos estudos de gêneros; já as atividades do quarto volume da Coleção Tecendo Linguagens, contemplam alguns princípios da abordagem textual, mas de forma limitada. Além disso, o que é declarado no Manual do Professor nem sempre corresponde às atividades do Livro do Aluno, visto que as teorias que os autores dizem basear-se não são evidenciadas nas atividades apresentadas, como observamos na primeira coleção. Concluímos que, seja qual for a filiação teórica assumida pelos LDP, a possibilidade de um trabalho promissor reside na consistência de suas propostas, elaboradas a partir de conceitos claramente definidos, garantindo que a teoria e a prática estejam em consonância, o que não parece ser o caso das coleções analisadas