Capital comercial e custos puros de circulação no Brasil (2007-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Pamplona, Daniel Rogério
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37178
Resumo: Esta dissertação tem por objeto o capital comercial e os custos puros de circulação no Brasil, entre os anos de 2007 e 2013. Para Marx, o capital comercial surge como resultado da divisão do trabalho e da autonomização das funções de comprar e vender nas mãos de uma fração específica da classe capitalista – os capitalistas comerciais. Os custos puros de circulação, por sua vez, se referem aos gastos com meios de produção e força de trabalho necessários para comercializar a produção. Esses custos, embora necessários para a realização do valor das mercadorias, não lhes adicionam novo valor. Nosso objetivo foi analisar o comércio de meios de subsistência no Brasil entre 2007 e 2013, de modo a verificar duas hipóteses: em primeiro lugar, teria havido um crescimento absoluto dos custos puros de circulação dessas mercadorias e, em segundo lugar, esse crescimento teria sido superior àquele do valor total das próprias mercadorias comercializadas. Em outras palavras, a razão entre custos puros de circulação e valor total dos meios de subsistência teria crescido, contrariamente à tendência esperada de decréscimo dos primeiros em relação ao segundo. Para verificar essas hipóteses, calculamos o valor da produção dos meios de subsistência com base nos dados do comércio exterior e da Pesquisa Industrial Anual (PIA-Produto), do IBGE, e os custos puros de circulação com base na Pesquisa Anual de Comércio (PAC), também do IBGE. Os resultados da pesquisa, além de confirmarem ambas as hipóteses acima, também revelaram uma queda na composição orgânica média do capital comercial no país, em virtude da significativa absorção de força de trabalho pelo comércio de meios de subsistência. Argumenta-se que o crescimento, tanto absoluto quanto relativo, dos custos puros de circulação é explicado pela conjuntura econômica do período, marcada por redução do exército industrial de reserva, melhora nas condições de vida da classe trabalhadora e maior demanda por meios de subsistência, o que impulsionou a concentração de capital no comércio dessas mercadorias. Além disso, a lucratividade do setor aumentou entre 2010 e 2013, quando a combinação de demanda aquecida com utilização de estoques acumulados nos anos anteriores permitiu aos comerciantes elevarem suas taxas de lucro.